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O clichê da educação como base de tudo 

Conhecimento é a boa consequência do ensino, que liberta pessoas e nações ao universalizar a alfabetização

Eduardo Olimpio|Do R7

Educação infantil
Educação infantil Educação infantil

A pretexto de fazer deste país um gigante pela própria natureza, desde a proclamação da primeira república (ou do primeiro golpe que ‘deu certo’ neste país, em novembro de 1889...lá se vão 131 anos!) há acertos e descompassos na coisa talvez mais importante que possa existir para o bem-estar de toda - eu disse toda - uma população: a alfabetização universal.

Saber decodificar símbolos desenhados e carregados em si de alguma propriedade que o caracteriza e lhe dá sentido, é tarefa das mais valiosas que o mundo inteiro deveria se esforçar por realizar como premissa básica e inviolável. Representantes eleitos e o povo, formado pelas mais variadas classes sociais, credos, cores e orientações sexuais, são a massa humana a ser moldada ao letramento cotidiano e político com a finalidade de bem passar pela existência.

Acontece...que isso não acontece. Como programa de estado, a educação majoritariamente constituída está baseada nas instituições político-administrativas (ministérios, secretarias e demais nomenclaturas), nas propriamente educacionais (escolas de tijolo, cimento...taipa...debaixo de árvores, de diferentes metodologias que ensinam desde a infância até a fase adulta) e, numa escala menor, nas famílias onde há licença estatal para que tal ensino se dê.

Tenho minhas críticas à esta modalidade de educação nucleica que aparta os filhos de uns da convivência com os filhos dos outros. Acrescento que, na minha visão, é na escola que se dá de fato o processo de ensino/aprendizagem e este, preferencialmente, deve ser permeado não somente pela excelência docente e de conteúdo; nessa relação todos devem dialogar para a constante construção do saber, observando e analisando o contexto em que se encontram educadores e alunos, principalmente no momento da alfabetização.

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Afinal, para que serve saber ler, escrever, fazer conta de divisão, diferenciar uma rã de uma perereca, um quilômetro de um angstrom? Sem essas e todas as demais grandezas produzidas pelo homem que, ao longo de séculos, transformaram a vida humana com conquistas e perdas num processo incessante de aprendizados e acúmulos de conhecimento (para o bem ou para o mal), não estaríamos aqui, eu e o leitor, nessa prosaica relação dialógica, ou não teríamos vacinas e satélites, por exemplo, ou leis de proteção ambiental. Não teríamos muito mais do que primitivas interpelações sociais.

Usufruir de um patamar de vida que satisfaça as necessidades básicas como saneamento, moradia, lazer, trabalho, liberdade de expressão, saúde, bons padrões ambientais para se viver, direitos assegurados, deveres compreendidos, violência social em escala nanométrica (impossível zerar este tópico pela própria natureza humana, na minha modestíssima opinião) etc é possível e só funciona se o fizermos acontecer por meio da interpretação de códigos universalmente aceitos e concordados via um sistema de educação maciça e criativa.

Educação vista e refletida como processo contínuo de construção social baseada em política de estado, e não de um só governo de prontidão.

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