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O mesmo bem a mim e ao desconhecido

Como os votos de fim e de começo de ano te sensibilizam? 

Eduardo Olimpio|Do R7

O tempo que se foi e o que chega nos leva a namorar o nosso futuro
O tempo que se foi e o que chega nos leva a namorar o nosso futuro O tempo que se foi e o que chega nos leva a namorar o nosso futuro

Chega o fim de dezembro e o ritual automático se repete na travessia para o janeiro que se aproxima. Festas e votos de um feliz ano novo a todos (ao menos aos que você conhece, né, incluindo você mesmo, óbvio).

O tempo que se foi e o que chega, que se reinicia a cada instante seguinte ao agora, nos leva a namorar constantemente o nosso futuro (ou o desejo que se tem dele). Nesse movimento permanente e cada vez mais rápido dos ponteiros, precisamos entender que o tal futuro também é o quase já, o pronto, e a partir desse significado é urgente reconhecermos que muito pouco acaba se realizando nesse curto - ou mesmo no mais alongado - horizonte.

A percepção dessa transição na qual esse desejo acontece é significativa e gostosa de ser sentida, mas se o sonho ou a ideia de fazer algo para o ano que vem ficar pela metade ou nem sequer chegar a ser tentado, o que deveria ser mexido para que o plano viesse a se materializar? Nós aceitamos como normal a pouca eficiência quando lidamos com o passo a passo até fazer atingir o nosso ideal do amanhã.

Bom seria se realmente conseguíssemos tirar do papel os nossos rascunhos diários e, munidos de propósitos mais elevados, construíssemos um balaio social no qual a coletividade ganhasse para valer uma já tardia relevância na escala da vida, igual quando individualmente desejamos, de forma não mecânica, diga-se, as coisas boas aos amigos e parentes. Por que deixamos de fora de nossas melhores intenções e ações quem simplesmente não conhecemos?

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O ganho para a sociedade seria descomunal caso cada um refletisse sobre seus votos e os tomassem emprestados, do mundo ideal dos cartões de boas festas, para alegrar e transformar o pedaço físico e emocional que coabita. A mesa farta de delícias, as luzes piscando, notas musicais soltas no ar, purpurina dourada na caligrafia e desejos de saúde, paz, harmonia, esperança e que tudo se realize no ano que vai nascer fazem algum sentido para você, que se encontra em carreira solo mesmo vivendo em sociedade?

O mundo passa por mudanças cada vez mais rápidas e profundas, e pegar uma carona nessa aventureira viagem global de boas vivências multifacetadas serve como oportunidade de realizar práticas coletivas com melhores resultados sociais. Cada indivíduo, assim, pode usufruir e/ou contribuir, a qualquer tempo e não só nas festas de fim de ano, para uma jornada humana de mais conteúdo, de mais esperança na continuidade do Homo sapiens que sobrevive, agrupado e espalhado, pela Terra.

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Certa vez ouvi de um filósofo que deveríamos buscar ter a esperança gerada no ‘esperançar’, e não do verbo ‘esperar’. De um poeta, ouvi que “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

Realizar melhor uma ação no futuro (olhem a palavrinha que trato aqui como quase presente) requer manobras para saídas de supostas zonas de conforto do presente. Ou estamos felizes em, ano após ano, atestar que ainda não conseguimos, comunitariamente, transpor para a vida real as palavras impressas ou eletrônicas das mensagens de boas festas de fim do ano?

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