Logo R7.com
RecordPlus
Eduardo Olimpio

Para que saber se há vida fora da Terra?

A solidão e a inteligência humana fabricam jipinhos e telescópios para descobrir se existe algo ou alguém com quem trocar além das fronteiras

Eduardo Olimpio|Do R7

  • Google News
O robô Perseverance, que está em solo marciano
O robô Perseverance, que está em solo marciano

Quase oito meses de depois de ter dado seu tchau ao solo terráqueo, talvez um dos 3 ou 4 artefatos humanos mais bem construídos para exploração do espaço pousou no planeta Marte na semana passada e já entrou para a história. O jipe Perseverance dá continuidade à aventura marciana, mais uma patrocinada pela nossa inquieta civilização.

Sua missão? Tentar ‘saber’ se há sinais químicos fossilizados de alguma atividade, por ventura, atrelada a microrganismos...em outras palavras, se há ou houve condições para a ocorrência da vida no quintal do vizinho, distante 100 milhões de quilômetros, em média.


Quando a gente entra em contato, de alguma forma, com experiências científicas que nos projetam literalmente para fora do nosso território de conforto, perguntas pipocam. No caso, há décadas – principalmente as do século passado -, a humanidade conseguiu furar a bolha e sair espaço afora para achar uma resposta que coça a cuca humana há milênios: na imensidão azul do céu, estamos sós? Fomos criados e largados, ou surgimos, como única forma de vida? 

Se buscamos saber quem somos, o que (ou quem nos criou), por que, para qual missão ou ‘destino’, sabemos que alguns caminhos a possíveis respostas passam necessariamente por campos no quais colhemos conhecimento, experiência, vivência, sentido e algum conforto existencial. Um destes, por certo, se ergue na espiritualidade. Outro, na realização científica sendo que, cada um deles, por sua força, nos completa, nos alavanca e faz com que queiramos saber mais de nós mesmos.


Sem fincar raízes no debate infindável para saber em qual caminho cada um vê como o certo, o barato aqui está numa certa tentativa, naturalmente única e inquietante, de concluir e significar de vez o que é a vida e sua ‘função’ entre nós. Afinal nasce-se, vive-se e morre-se para que? Como é da característica humana, não demoraria muito para o homem lançar esta interminável questão ao cosmos desde quando se pôs a olhar para o céu e projetar teses de si, para além de poesias sobre as estrelas, a lua e o sol.

A velha indagação, se estamos sozinhos no universo, nunca deixou de nos soprar internamente, e continua a acelerar os batimentos de quem se propõe a construir máquinas como o telescópio Hubble e tantas outras traquitanas espaciais para levar nossos olhos ao ponto em que não conseguimos enxergar. Por falar nele, foi o Hubble que vislumbrou, ao ser apontado para um lugar no espaço onde se supunha nada ter afora um vazio escuro, centenas ou até milhares de galáxias. Potencialmente cada uma delas, no nosso conhecimento até então delimitado, pode possuir seu próprio ‘sol’ e corpos orbitando em sua volta. Alguma semelhança com a Via Láctea e seus oito planetas brincando de roda em torno de uma estrela quente e que queima nossa pele não é mera coincidência já há muito tempo.


Cientistas dão como certo, mesmo sem ter em mãos uma prova robusta e materialmente estudada, que chances de haver alguma forma de vida fora da Terra não são pequenas. O carbono presente em outras instâncias fora do nosso lar sideral pode ser um meio para tal. Seria vida inteligente? Provavelmente não, mas isso não impede que nós paremos de criar meios para, no futuro, quem sabe até vir a habitar Marte.

Não tenho opinião formada se tudo bem em querer colonizar terras a milhões de quilômetros de casa, por certo um passo contínuo desde o lançamento do satélite russo Sputnik, em 1957, porém, que tal empreitada não represente a única opção por termos destruído os meios de sobrevivência daqui, de onde falamos, de onde conhecemos e sabemos (parcialmente) quem somos. 

Ainda assim a pergunta fatídica tenderá a coçar nossa existência, se cá estamos sós ou não.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.