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Luiz Fara Monteiro

Pilotos ‘caçadores de furacões’ estão com salários atrasados

Equipe da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional é afetada pela crise na votação do orçamento nos EUA

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Pilotos da NOOA: salários atrasados Reprodução vídeo redes sociais

Os pilotos e cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) que voaram nas últimas horas a bordo das aeronaves conhecidas como “caçadoras de furacões” em meio aos ventos de 298 quilômetros por hora do furacão Melissa não estão recebendo pagamento durante a paralisação do governo, confirmou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

“Devido à paralisação contínua do governo federal e à medida fracassada da semana passada no Senado para pagar os trabalhadores essenciais, nenhum funcionário da NOAA está recebendo salário neste momento”, disse a porta-voz da NOAA, Kim Doster, informa a mídia local.


Rebecca J. Waddington e Nikki Hathaway, da equipe dos "caçadores de furacões" Divulgação NOOA

O furacão Melissa atingiu a Jamaica como uma tempestade de categoria 5 na terça-feira, de acordo com o Centro Nacional de Furacões da NOAA. Prevê-se que Melissa seja a tempestade mais poderosa já registrada a passar pelo Caribe.

Imagens divulgadas ao longo da semana revelam as condições desafiadoras enfrentadas pela equipe de pilotos e cientistas que sobrevoaram rotas bem próximas ao olho do furacão. A atividade da equipe, que executa um trabalho de pesquisa científica junto aos furacões, seguiram apesar da falta de pagamento de salários, causada pelo chamado shutdown, decorrente da falta de acordo político para a votação do orçamento americano. Pelo menos duas missões — uma operada pela NOAA na segunda-feira e a segunda pela Força Aérea na terça-feira — foram abortadas quando os pilotos enfrentaram turbulência perigosa ao atravessar o furacão.


A paralisação do governo, que já dura 28 dias, resultou na suspensão temporária de funcionários considerados “não essenciais”, inclusive na NOAA. No entanto, os funcionários do Serviço Nacional de Meteorologia e outros que trabalham com previsões e outras atividades de monitoramento de eventos climáticos extremos são obrigados a continuar trabalhando.

Rick Spinrad, ex-administrador da NOAA e crítico da gestão da NOAA pelo governo Trump, afirmou: “Voar repetidamente através de um furacão poderoso é um verdadeiro teste de fibra. Fazer isso sem qualquer garantia de pagamento é uma prova sólida do serviço prestado ao país.”


O programa é administrado em conjunto pela NOAA e pela Força Aérea. Os aviões de ambas as agências foram testados pela força descomunal dos ventos de Melissa, informa o Politico.

O 53º Esquadrão de Reconhecimento Meteorológico da Reserva da Força Aérea, que opera aeronaves caçadoras de furacões a partir da Base Aérea de Keesler, no Mississippi, publicou na terça-feira na rede social X que sua tripulação retornou à ilha caribenha de Curaçao após enfrentar forte turbulência ao entrar na parede do olho da tempestade.


Na segunda-feira, uma aeronave operada pela NOAA abortou seu voo em direção à parede do olho do furacão Melissa após enfrentar forte turbulência, segundo a NOAA. A aeronave, apelidada de Kermit, é um turboélice Lockheed WP-3D Orion. O avião pousou em Lakeland, na Flórida, onde foi inspecionado antes de retornar ao serviço, de acordo com Doster. O programa de caçadores de furacões opera 12 aeronaves. A Reserva da Força Aérea utiliza Lockheed Martin WC-130J em suas missões, enquanto a NOAA depende de dois Lockheed Martin WP-3D Orion mais antigos, segundo o Escritório de Responsabilidade Governamental (GAO), que publicou um relatório sobre o programa em março. A NOAA também utiliza um jato Gulfstream IV para voos em altitudes mais elevadas para fins de reconhecimento.

Doster afirmou que ambas as aeronaves Orion da NOAA — apelidadas de Kermit e Miss Piggy — estão operacionais e prontas para entrar em operação. Kermit é a plataforma principal para os voos da Melissa, e a N43RF Miss Piggy atua como reserva. O jato Gulfstream ainda não havia sido designado para voos na terça-feira, segundo a NOAA.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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