Álvaro Dias, autor da PEC, e o líder do Podemos, Léo Moraes, defendem a votação da proposta na Câmara
Saulo Rolim / PodemosApós a manobra de partidos de centro e esquerda que gerou o adiamento da análise do relatório da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segunda Instância na Câmara na noite desta quarta-feira (8), deputados e senadores que defendem as pautas anticorrupção temem que a PEC do Fim do Foro Privilegiado seja também "enterrada".
A avaliação é que a manobra de ontem, com troca de integrantes na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) sinaliza um movimento em curso no Congresso de enterrar todas as propostas de combate à Corrupção.
A discussão ganhou ainda um ingrediente eleitoral, já que a pauta do pré-candidato Sergio Moro (Podemos), que tem crescido nas pesquisas eleitorais como opção à polarização Lula/Bolsonaro, é centrada no combate à corrupção.
No sábado (11), a PEC do Fim do Foro Privilegiado, (PEC 333/2017, de autoria do senador Álvaro Dias (Podemos/PR) e aprovada pelo Senado Federal, completa três anos da aprovação da comissão especial da Câmara, momento em que ficou pronta para ser apreciada pelo Plenário. Desde então, repousa na gaveta.
Onze partidos já apresentaram requerimento para a votação da matéria. Pela proposta o foro privilegiado seria restrito a cinco autoridades, presidente e vice da República, presidentes da Câmara, Senado e do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o autor da proposta, senador Álvaro Dias, hoje 55 mil autoridades brasileiras têm foro privilegiado ficando "sob o manto protetor da impunidade".
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