Estudioso do sistema de aposentadoria do país, o professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e coordenador do Projeto Salariômetro da Fipe, Hélio Zylberstajn, afirma que do ponto de vista fiscal o governo deveria propor na reforma da Previdência idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.
O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, informou nesta quinta-feira (14) que a proposta que será enviada pelo governo ao Congresso prevê idade mínima de 65 (homem) e 62 (mulher).
_ O melhor teria sido equalizar, 65 anos para ambos, porque a mulher é mais longeva do que o homem, então se aposentando aos 62 ela vai contribuir menos e usufruir mais, diz Zylberstajn.
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Autor de uma das propostas de reforma da Previdência encaminhadas ao governo, o pesquisador da Fipe reconhece que a mulher tem direito a algum benefício pelas dificuldades no mercado de trabalho.
_ Por ser mãe, a mulher tem dupla jornada e também enfrenta desvantagem no trabalho, por isso quem tiver dois filhos ou mais deveria se aposentar com 35 anos de contribuição. Mulheres com apenas um filho e homens poderiam se aposentador antes dos 65 anos e tivessem contribuído por 40 anos com o INSS.
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Hélio Zyberstajn, no entanto, reconhece que a proposta de idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres que o presidente Jair Bolsonaro vai encaminhar ao Congresso é um avanço e no decorrer dos anos terá impacto fiscal interessante.
O professor também lembra que com a proposta do governo Bolsonaro os funcionários públicos vão trabalhar mais.
_ Hoje os servidores públicos se aposentam com 60 anos (homem) e 55 (mulher), isso significa que terão que trabalhar um pouco mais.
Zyberstajn também acredita que a aposentadoria aos 65 anos vai dar equilíbrio ao sistema em relação ao trabalhador vulnerável e o de classe média, que tem mais condições.
_ O trabalhador vulnerável, aquele vive na informalidade, enfrenta o desemprego e poucas vezes tem carteira assinada já se aposenta aos 65 anos, desde que tenha 15 de contribuição.Com a proposta que será enviada ao Congresso, o sistema será mais igualitário.