A cena é de uma covardia revoltante. Uma pessoa se aproxima de uma viatura estacionada na rua e, a sangue frio, dispara contra dois policiais, pegos de surpresa. Uma emboscada, como bem definiu o Departamento de Polícia de Los Angeles, nos Estados Unidos, onde ocorreu o ataque.
Em um país que enfrenta momentos de tensão há meses, ao contrário do que acontece nos casos absurdos de ataques contra negros, não houve nenhuma manifestação sobre a violência contra os policiais – ambos hospitalizados, um deles gravemente ferido.
O caso ocorreu no sábado (12), e desde então não se sabe de nenhuma manifestação sobre a importância dessas vidas para a sociedade americana. Nesse barril de pólvora, há um rastilho perigoso, em que estar ao lado da lei e assumir o risco de defender o estado e seus cidadãos tornou-se uma atividade solitária.
Os excessos precisam ser denunciados com a mesma indignação. Todas as vidas importam. Sobra apenas a barbárie quando nos calamos diante da violência, venha de onde vier. Ser solidário aos policiais atacados é urgente, um imperativo para que esse confronto não se banalize.
Não há romantismo ao se aceitar um cenário de guerra civil. As manifestações, afinal, têm por objetivo valorizar a condição humana – e nesta é preciso haver espaço para os soldados e agentes da lei. Não se conhece sociedade que possa abrir mão da defesa de seus habitantes. É preciso ter clareza de onde estão os vilões. Ou todos, em igualdade, continuarão sendo apenas vítimas de um grave equívoco.