Manifestação pró-governo federal está marcada para 15 de março
Adriano Machado/Reuters - 03-10.2019Congressistas e autoridades se manifestaram nesta quarta-feira (26) sobre o suposto compartilhamento de um vídeo pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em apoio ao protesto pró-governo federal marcado para o dia 15 de março.
O compartilhamento de vídeo em apoio às manifestações a favor de Bolsonaro em um grupo fechado de WhatsApp traria críticas ao Congresso Nacional, que tem relações estremecidas com o Planalto em função do Orçamento Impositivo.
Nas redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que “só a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a nação pelo diálogo”. “Acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas.”
Maia argumentou que criar tensão entre as instituições não ajuda o país a evoluir. “Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir”, disse.
Em resposta a Maia, a deputada federal pelo PSL-SP Carla Zambelli disse que brasileiros indo pacificamente as ruas defender um governo eleito não pode configurar tensão institucional. “Autoridade é o povo brasileiro, a quem as instituições devem servir e não nos servirmos deles”, escreveu no Twitter.
Gilmar Mendes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), apontou em sua conta no Twitter que a Constituição Federal de 1988 “garantiu o nosso maior período de estabilidade democrática” e que a harmonia e o respeito mútuo entre os Poderes “são pilares do Estado de Direito, Independemente dos governantes de hoje ou de amanhã”. Disse, também, que as instituições “devem ser honradas por aqueles aos quais incube guardá-las”.
O deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP) gravou um vídeo para demonstrar apoio ao presidente. “Esse vídeo não é uma convocação. Não existe nada de errado e nada de anormal que possa fazer com que o processo de impeachment seja aberto”, afirmou.
Presidente da CPMI das Fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA) escreveu que o Congresso Nacional “é um dos pilares da democracia” e “não podemos nos calar e aceitar que a qualquer crise entre os Poderes se envolve o nosso Exército”. Disse que, se há crise, que se dialogue, “pois ameaça e bravata não condizem com as aspirações do povo brasileiro”.
O parlamentar acredita que “vivenciamos uma crise institucional sem precedentes na história” e o presidente “ameaçar o Congresso pode gerar consequências grave. “Cabe aos chefes de poder defender a independência e harmonia. Ou se grita ou se acovarda”, afirmou.
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