Alexandre Frota e Jair Bolsonaro vivem relação de altos e baixos
Michel Jesus/ Câmara dos Deputados - 29.05.2019Como, em questão de um mês, um deputado que, surpreendendo a muitos que duvidavam de sua capacidade política, foi vital para a articulação e consequente aprovação da PEC da Reforma da Previdência na Comissão especial no congresso passou a ser alvo de uma possível expulsão de seu partido?
Alexandre Frota (PSL-SP) foi eleito com 155.522 votos, que o fizeram o 16º candidato mais votado em São Paulo, e desde o dia em que foi anunciado como membro do parlamento, seu histórico pessoal levantou um mar de críticas e especulações sobre a validade de sua atuação como deputado.
Queimando a língua destes críticos, Frota vinha tendo, até poucas semanas, uma voz bastante ativa no congresso, sendo considerado um bom articulador por parte do partido do presidente Bolsonaro, principalmente por sua atuação na comissão especial que aprovou a Reforma da Previdência e levou o texto para o plenário da Casa.
Mas após este começo promissor, divergências com membros do alto escalão do PSL, como o líder do partido no Senado, Major Olímpio, e o próprio clã Bolsonaro, fizeram com que uma a ideia da expulsão do deputado passasse a ser cogitada pelo partido.
O início de tudo veio com uma série de tweets de Frota criticando Olímpio por diversos fatores. Isto fez com que o senador entrasse com um processo por danos morais contra o deputado, além de acionar o comitê de ética do partido em busca de alguma retaliação.
A situação de Frota só fez piorar no momento em que o ex-ator criticou, também pelo Twitter, o Presidente Jair Bolsonaro pela escolha de Eduardo como novo embaixador do Brasil em Washington.
Após esta série de comentários, o deputado deixou de ser o vice-presidente do PSL, foi retirado da coordenação do partido pela reforma Tributária e perdeu o comando nos três diretórios que tinha sob sua alçada, incluído nestes o da própria cidade, em Cotia (SP).
No dia seguinte a estas decisões, Frota descumpriu as orientações do partido pela primeira vez em seu mandato e se absteve na votação do segundo turno da reforma da Previdência.
De lá até aqui, o deputado já teria recebido propostas de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ACM Neto (DEM-BA) para se juntar ao Democratas e, inclusive, apagou a conta na rede social que gerou toda a polêmica. A ação pela expulsão de Frota será julgada na próxima semana pelo conselho de ética do PSL. Procurado pela reportagem o deputado, através de sua assessoria, preferiu não comentar a situação até a próxima semana.
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