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Cuidado com o interesse estrangeiro pela Amazônia

É importante lembrar quanto a indústria farmacêutica francesa (e do resto do mundo) faturou e ainda pretende faturar com “nossas” riquezas naturais

R7 Planalto|Marco Antonio Araujo, do R7

Vista aérea do Rio Ituxi, situado na fronteira com os estados de Rondônia e Acre
Vista aérea do Rio Ituxi, situado na fronteira com os estados de Rondônia e Acre Vista aérea do Rio Ituxi, situado na fronteira com os estados de Rondônia e Acre

O patriotismo atingiu inéditos níveis de seletividade no Brasil. E nada ilustra melhor essa anomalia cívica do que o debate sobre a exploração da Amazônia. Inclusive, se faz necessário repetir a palavra-chave, que costuma fugir ao entendimento de ingênuos e oportunistas: Exploração. Da. Amazônia.

Sim, porque é preciso ser muito namastê ou talibã para acreditar que alguma potência estrangeira, alguma ONG, algum chefe de estado, esteja preocupado em preservar nossas florestas. Francamente. Até índios e quilombolas, com suas particularidades insuspeitas, também querem ter o direito de fazer uso da floresta de acordo com seus interesses e necessidades. Uso.

A visão da Amazônia como santuário não se sustenta fora de um discurso de fanáticos. Mas tem servido como uma cortina de fumaça tão tóxica quanto a de queimadas. A festejada biodiversidade de nossas florestas é um tesouro pouco explorado. Qualquer ativista tem esse argumento na ponta da língua: dessa riqueza natural podemos recolher plantas, estudar animais, descobrir matérias-primas para desenvolver remédios, alimentos e produtos ainda desconhecidos.

Da próxima vez que ouvir algum discurso em francês esbravejando contra os vilões brasileiros, é razoável ao menos lembrar quanto a indústria farmacêutica francesa (e do resto do mundo) faturou e ainda pretende faturar com “nossas” decantadas riquezas naturais.

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Se há algo que o Brasil não tem feito – e isso sim merece críticas virulentas e nacionalistas – é exercitar a mesma agilidade e ganância que os mocinhos estrangeiros demonstram para registrar patentes de descobertas feitas a partir da fauna, da flora e do subsolo só existentes aqui, no nosso território. Na nossa floresta.

O mais curioso é como essa propaganda, esse marketing agressivo travestido de pacifismo, atinge corações e mentes de nativos bem-intencionados. Estamos bombardeados por essa panfletagem hipócrita que coloca nosso país como incompetente para gerir seu próprio patrimônio.

Governos vêm e vão. O Brasil fica. De que lado os patriotas, nacionalistas e desenvolvimentistas vão ficar, eis uma pergunta que não precisaria ser feita. Mas precisa.

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