Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado, foi eleito presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa. Seu nome foi escolhido por aclamação, quando não há contagem de votos. Seu mandato é para o biênio 2021-2023. O senador Antonio Anastasia (PSD-MG) foi eleito vice-presidente.
A eleição por aclamação foi fruto de uma negociação com o MDB, e só foi selada na noite de ontem (23), em reunião entre Alcolumbre, o presidente Rodrigo Pacheco e senadores do MDB, que pretendiam lançar uma candidatura e disputar no voto com Alcolumbre. O MDB tem a maior bancada da Casa, com 15 senadores, e tinha o comando da CCJ com Simone Tebet (MS) no último biênio.
Alcolumbre trabalhou pela eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato apoiado por Jair Bolsonaro, e especulou-se que assumiria uma pasta na Esplanada dos Ministérios ao deixar à presidência do Senado.
Na reunião da instalação da comissão e da sua eleição, neste quarta-feira (24), o senador já ouviu críticas do senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
"Eu espero estar errado, mas para mim a minha gestão aqui será desastrosa. A CCJ será um puxadinho do Palácio do Planalto, porque a sua ligação com o presidente Jair Bolsonaro é umbilical, completamente. Então não vejo um presidente que vai ter coragem de dizer não à ele. Mas se isso acontecer vou reconhecer feliz o meu erro".
Despedida
A senadora Simone Tebet (MDB-MS), que se mantém como membro titular da CCJ, ressaltou a alta produtividade da comissão, mesmo em meio à pandemia. Sob seu comando, a comissão realizou 93 reuniões e deu andamento à tramitação de 700 projetos, PECs, Ofícios e Mensagens.
"A CCJ não fugiu dos debates. Pelo contrário, enfrentou-os com coragem e determinação", disse a senadora no discurso de despedida. Ela lembrou que durante a sua gestão, a CCJ debateu temas como Previdência Social; legislação de Trânsito; Fundos Constitucionais; Segurança Pública; direitos da Mulher, da Família e das pessoas menos favorecidas.