Na imagem, sessão virtual da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo)
Reprodução / AlespDeputados estaduais têm pressionado o presidente Cauê Macris (PSDB) para o início dos trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das fake news na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
A comissão ganhou fôlego após a operação contra fake news expedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última semana e que atingiu nomes de apoiadores do governo federal. O inquérito geral abrange dois parlamentares da Alesp: Douglas Garcia (PSL) e Gil Diniz (PSL). Ambos negam as acusações.
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“Precisamos apresentar uma resposta para a sociedade sobre o uso do dinheiro público usado para a disseminação de ódio”, defende a deputada Monica da Bancada Ativista (PSOL), membro da comissão. Seu colega, o deputado Paulo Fiorilo (PT), aponta outro objetivo do grupo. “É necessário mostrar quem são os parlamentares que financiam as redes de fake news”, disse.
A comissão paulista está instaurada, mas falta designar os cargos de presidência e vice-presidência, atribuições do próprio grupo. A designação estava prevista para março deste ano, mas foi adiada, assim como todas as outras CPIs, por causa da pandemia do novo coronavírus. O presidente Macris determinará ainda nesta semana a retomada das comissões permanentes – o período servirá de teste para posteriormente deliberar o trabalho das CPIs. A pressão tem sido justamente para acelerar a volta dessas comissões de inquérito.
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Membro da CPI paulista, inclusive, tem feito contato com integrantes do grupo de mesmo objetivo instaurado no Congresso Nacional, em Brasília. “Vai ser um paralelo importante, até porque eles fazem a discussão nacional e nós a estadual. E tem dado certo. O jeito deles é um caminho. Vamos ver se seguiremos esse caminho ou se adotaremos outros”, avalia Fiorilo.
A retomada dos trabalhos da CPI das Fake News na Alesp é apoiada, além do PT e PSOL, por deputados estaduais de diferentes partidos como PSL e DEM. “Eu não sou membro, mas todos os fatos que tem acontecido recentemente precisam ser apurados. Caso haja prova da concretização dos crimes, deve ter responsabilização dos autores”, disse o Delegado Bruna Lima (PSL). Já o líder do governo na Casa, Carlão Pignatari (PSDB), defende a abertura não só das Fake News, mas de qualquer uma.
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O deputado Arthur do Val (Patriota) confessou que quer participar da comissão. “Eu sou defensor da liberdade de expressão e é obvio que fake news é um problema e temos que controlar isso, mas o meio pelo qual a gente vai combater essas fake news importa. Por isso, eu quero estar na CPI para que as consequências não sejam mais devastadoras que o problema original”, afirmou. A reportagem entrou em contato com Garcia e Diniz, mas não obteve sucesso.
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