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Eleições 2022: partidos tentam aumentar bancadas no Congresso

Alianças e apoios a candidatos à Presidência são feitos com base nos cálculos políticos para aumento de bancadas 

R7 Planalto|Mariana Londres, do R7, em Brasília

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Apesar de as eleições para o Executivo dominarem o debate político a cada quatro anos no Brasil, a maior parte dos partidos políticos permanece mais interessada em turbinar suas bancadas no Congresso do que em, necessariamente, eleger o presidente.

Desde a redemocratização, os maiores partidos no Congresso comandam e barram votações, incluindo pedidos de impeachment do presidente, e, desde o orçamento impositivo e agora com o orçamento secreto, decidem para onde vai grande parte dos recursos da União, atribuição originalmente do Executivo (apesar de sempre ter havido emendas parlamentares e de bancadas, elas eram alocados pelo Executivo).

Guiados pelo crescimento de seu poder de atuação, os partidos direcionam seus apoios a candidatos à Presidência com base nos cálculos eleitorais de aumento de suas bancadas. A estratégia é clara entre partidos que podem apoiar a candidatura à reeleição do presidente Bolsonaro, como PL, PP e Republicanos. Os três partidos têm hoje, respectivamente, 43, 42 e 31 deputados. 

Ao estarem ao lado de Bolsonaro nos palanques, eles podem se beneficar da exposição e da popularidade do presidente e aumentar ainda mais suas bancadas. Mesmo que o presidente não seja eleito, o poder desses partidos estará maior em 2023 com bancadas turbinadas. É importante lembrar que o PSL, partido até então nanico, elegeu a maior bancada na Câmara em 2018 na esteira do bolsonarismo. 

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O Podemos trabalha no mesmo sentido. Partido grande no Senado, mas pequeno na Câmara, com 11 deputados, precisa aumentar a bancada, especialmente para garantir a governabilidade em caso de vitória de Moro. A estratégia da legenda é usar o entusiasmo que a pré-candidatura de Moro despertou para atrair parlamentares de outros partidos para as eleições 2022. As filiações devem ocorrer em série. Na semana passada, o general Santos Cruz se filiou à legenda. 

O MDB, partido de grande capilaridade e grandes bancadas, mantém a hegenomia no Senado, mas vem perdendo cadeiras na Câmara nos últimos anos. Baleia Rossi, presidente da legenda, espera que o MDB volte a ter mais de 50 deputados na Câmara, hoje possui 33, e tem trabalhado não somente na candidatura de Simone Tebet à Presidência, mas em alianças com outros partidos do espectro do centro. 

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Fruto da anunciada união entre DEM e PSL, o União Brasil nascerá com a maior bancada na Câmara, porém a tendência é que perca deputados que migrarão para outras legendas. A união trará recursos, mas os dirigentes ainda não se posicionaram de forma clara para além de 2022. O presidente do DEM, ACM Neto, tem conversado reservadamente com Sergio Moro, e uma aliança com o Podemos não está descartada. 

Outras legendas podem se unir para garantir a sobrevivência. É o caso do PCdoB, que pode desaparecer pela cláusula de barreira e estuda formar uma federação com o PT e o PSB. A formação de uma federação, no entanto, é complexa – a possibilidade foi aprovada recentemente – e prevê fidelidade por ao menos quatro anos entre os partidos e atuação conjunta nas esferas federal, estadual e municipal. 

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