Diretor de Negócios Internacionais da União Qúimica, o ex-deputado federal e ex-governador do DF Rogério Rosso está à frente das negociações para a produção da vacina russa Sputnik V pelo laboratório brasileiro União Química.
Após perder a disputa ao governo do DF em 2018, que elegeu Ibaneis Rocha (MDB), e com o fim do seu mandato de deputado, Rosso foi contratado pela União Química como diretor de negócios internacionais. Antes de ser deputado federal, foi governador do DF em mandato tampão após a prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda. Com a pandemia do novo coronavírus, coube a ele negociar a produção da vacina russa Sputnik V no Brasil.
Nesta quarta-feira (13), em Moscou, Rosso acompanhou o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, em reunião com Kirill Dmitriev, CEO do RDIF (Fundo soberano russo de investimento direto). Ao fim do encontro, a União Química e o fundo soltaram um comunicado informando o acordo fechado para fornecer ao Brasil 10 milhões de doses da vacina no primeiro trimestre de 2021, com entregas começando ainda em janeiro.
O acordo prevê cooperação, transferência de tecnologia para a produção do imunizante no Brasil, assim como ajuda no fornecimento de documentação e insumos. O RDIF e a União Química também anunciaram nesta quarta (13) que pretendem solicitar ainda esta semana autorização para uso emergencial do produto no Brasil junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O maior entrave do uso da vacina russa no Brasil é que o imunizante não é elegível para receber autorização para uso emergencial pela Anvisa porque não iniciou testes no Brasil. Alguns países, como a própria Rússia e a Argentina já autorizaram o uso emergencial do imunizante, então é possível que mesmo sem aprovação para uso no Brasil, vacinas produzidas em solo brasileiro possam ser exportadas para outros países da América Latina.