Embalagem da Butanvac, anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria
MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDOO governo federal traçou uma estratégia para tentar tirar o brilho do anúncio da Butanvac nesta sexta-feira (26). A nova vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, sem a necessidade de insumos estrangeiros e deve pedir autorização em breve na Anvisa para o início dos testes clínicos.
Em coletiva, aparentemente organizada às pressas, os ministros da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e da Saúde, Marcelo Queiroga, falaram sobre avanço das pesquisas de outras vacinas brasileiras e demais medidas de combate à pandemia ao lado do boneco do Zé Gotinha. Além da coletiva, nos bastidores, auxiliares do presidente levantaram argumentos para rebater o anúncio feito pelo governador e São Paulo, João Doria.
Um dos pontos é que o governo de São Paulo ainda não protocolou o pedido para início dos testes clínicos na Anvisa, o que a RedeVirus MCTI, vacina de Ribeirão Preto anunciada pelo ministro Marcos Pontes, já fez, conforme o ministro ressaltou com o protocolo em mãos durante a coletiva.
O governo federal também questiona, nos bastidores, a capacidade do Instituto Butantan em começar a produção em abril, conforme foi anunciado pelo governo de São Paulo, argumentando que as linhas de produção do Instituto estão ocupadas com a produção de outras vacinas da influenza até o mês de maio.
O calendário anunciado pelo governo de São Paulo também é colocado em dúvida pela questão da autorização da Anvisa, que tem prazos para conceder as licenças das vacinas. Por fim, a origem dos recursos para as fases 1 e 2 de testes, estimados pelo governo federal entre R$ 200 e R$ 400 milhões, que, segundo auxiliares de Bolsonaro, o governo de São Paulo não divulgou de onde virão.
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