Mario Botion (PSD) disputa a reeleição em Limeira (SP)
Reprodução/FacebookNa investigação da PF (Polícia Federal) sobre transações financeiras feitas pela cúpula do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende fundar para disputar as Eleições 2022, um suposto pedido de suborno feito pelo prefeito de Limeira foi citado por um dos investigados. As informações estão em um dos depoimentos dos investigados.
Sérgio Lima, publicitário e marqueteiro do Aliança, é questionado pela PF sobre um áudio que ele teria enviado a Luís Felipe Belmonte, empresário e um dos fundadores do partido, pedindo a Belmonte que entrasse em contato com o senador Sergio Petecão (PSD-AC) para que o senador, então, ligasse ao prefeito de Limeira (SP) para resolver uma questão.
O nome do prefeito de Limeira não é citado, mas o atual prefeito da cidade é Mario Botion (PSD), do mesmo partido de Petecão. Botion disputa a reeleição na cidade. Ao R7, Botion disse que "não tem conhecimento algum" sobre essa investigação da PF e disse que os "fatos são absolutamente mentirosos" (leia ao final da reportagem).
Sérgio Lima é questionado pela PF sobre um áudio enviado em 12 de julho de 2019 a Belmonte pedindo que o fundador do Aliança entrasse em contato com o senador Petecão para ajudar Edison Guilhermon Cortez Filho, que alegava que o prefeito de Limeira estaria cobrando um suborno para liberar uma obra na propriedade de Edison. Lima teria dito a Belmonte que Edison alegava que não cometeria a ilicitude de pagar suborno.
À PF, Lima diz que se lembra do áudio, explica o motivo do pedido e ao final diz que Belmonte não conseguiu ajudar a resolver o problema de Edison.
Já Belmonte, que também prestou depoimento à Polícia Federal, disse que se lembra do áudio e do pedido, embora não se lembrasse exatamente qual era o pedido. Apenas recordava de Lima pedir para que entrasse em contato com Petecão para interceder por uma pessoa do mesmo partido de Petecão, mas que não deu seguimento ao pedido e não foi mais demandado por Sérgio Lima sobre o assunto.
Em vídeo publicado em sua rede social, o prefeito de Limeira diz que as acusações são fake news e que o suposto suborno se trata de contrapartidas previstas em lei. A reportagem entrou em contato com a assessoria de Mario Botion e ainda não teve resposta. O espaço segue aberto para sua manifestação.
Em resposta aos questionamentos do R7, Botion enviou as seguintes respostas:
R7 - Mario Botion tem conhecimento dessa investigação?
Não tem conhecimento algum. Mas os fatos são absolutamente mentirosos e já estão sendo contestados via ações judiciais.
R7 - O prefeito foi notificado pela Polícia Federal? Quando? Houve depoimento do prefeito para a Polícia Federal?
Nunca houve notificação do prefeito pela Polícia Federal. E nem depoimento algum.
R7 - O prefeito solicitou suborno para liberar a obra?
Em hipótese alguma. O referido empresário esteve na Prefeitura e foi informado que para execução de obras de empreendimento de grande impacto, há legislação que exige dele contrapartida que é revertida em obra pública. Inúmeras obras em Limeira foram feitas com contrapartidas, algo, ressalto, previsto em legislação.
R7 - Mario Botion conhece Sergio Petecão, Luís Belmonte, Sérgio Lima e Edison Cortez Filho?
Não conhece nenhuma dessas pessoas.
R7 - Qual a relação do prefeito com os citados na investigação?
Não há relação nenhuma.
R7 - A investigação transcorre no inquérito dos atos antidemocráticos, com tramite no Supremo Tribunal Federal e relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Mario Botion tem algum envolvimento com as manifestações contra a democracia?
De forma alguma. Não existe nenhum envolvimento.
"Coisa mais sem nexo. Primeiramente isso aconteceu em 2019, muito antes de se cogitar em Aliança existir. Não tem nenhuma relação com Aliança. Além disso Sérgio Lima não faz parte nem nunca fez da cúpula do Aliança. Ele é publicitário e sequer integra os quadro do Aliança. Quanto ao assunto em si, ele apenas reclamou que um prefeito estava supostamente pedindo propina para liberar uma operação e me procurou para exatamente tomar providência contra o prefeito. O que ele pediu foi para procurar autoridade do partido do prefeito para denunciar o caso.
Qualquer ilação além disso não tem o menor cabimento. Estava ele exatamente reclamando de uma pessoa ter pedido propina, o que não foi nem poderia ser aceito. Sequer houve participação do senador no caso, até porque nem o contatei para isso. Houve meramente uma reclamação do Sérgio. Nada mais. Isso está claro no depoimento. E o assunto do prefeito não tinha absolutamente nenhuma relação comigo. O Sérgio só pediu para eu ver se tinha alguém pra denunciar o caso de cobrança indevida".
A reportagem busca contato com Sérgio Lima, Petecão e Edison Filho. O espaço está aberto para manifestação.
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