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Jaques Wagner defende Rui Costa e aumenta racha no PT

Divisão começou com entrevista de Costa dizendo que poderia ser candidato em 2022 e fazendo críticas ao partido. Houve reação e agora apoio 

R7 Planalto|Mariana Londres, de Brasília

Jaques Wagner e Rui Costa do mesmo lado no racha do PT
Jaques Wagner e Rui Costa do mesmo lado no racha do PT Jaques Wagner e Rui Costa do mesmo lado no racha do PT

O senador Jaques Wagner (PT) defendeu nesta terça-feira (17) o governador da Bahia, Rui Costa (PT), alvo de uma polêmica no partido por ter dito na semana passada que poderia ser candidato à Presidência e por ter criticado a estratégia da legenda em 2018, defendendo que o partido deveria ter apoiado a candidatura de Ciro Gomes (PDT). As declarações de Rui Costa causaram um racha na legenda, que ficou claro com a divulgação de uma nota por parte da Executiva, intensificado nessa semana com novas declarações de Wagner. 

Em entrevista à Rádio Metrópole de Salvador na manhã desta terça-feira, o senador disse que a nota da Executiva Nacional do PT em reação à entrevista foi descabida.

— Acho a nota da Executiva totalmente descabida. Nunca vi a Executiva fazer nota daquele tamanho para repreender ou atacar um governador do maior Estado governado pelo PT e o mais bem avaliado do PT, em território que mais deu voto a Dilma e Haddad. Na minha opinião, a nota é muito ruim. 

Sobre um apoio do PT a Ciro em 2018, Wagner disse que esse assunto deve ser esquecido porque já passou. 

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Após a veiculação da entrevista, Rui Costa disse em sua conta no Twitter ter sido alvo de manipulação em suas falas, mas diz que é preciso "sair da bolha e dialogar com a sociedade brasileira". 

Leia a íntegra da nota da Executiva do PT: 

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1- O PT tomou uma decisão absolutamente correta ao lançar candidatura própria nas eleições presidenciais de 2018. O companheiro Lula, nosso primeiro representante, liderava todas as pesquisas de opinião, com forte tendência a vencer no primeiro turno. Com a candidatura de Lula ilegalmente cassada, lançamos o nome de Fernando Haddad que teve grande desempenho político e eleitoral, chegou ao segundo turno e só não venceu a eleição pelo uso criminoso de notícias falsas pela campanha de Bolsonaro, com financiamento ilegal até de fontes estrangeiras, contando com a omissão da mídia e da Justiça Eleitoral;

2- O eventual apoio do PT a Ciro Gomes, se à época já não se justificava porque nunca foi intenção dele constituir uma alternativa no campo da centro-esquerda, hoje menos ainda, dado que ele escancara opiniões grosseiras e desrespeitosas sobre Lula, o PT e nossas lideranças;

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3- Dado o caráter autoritário, antinacional e fortemente antipopular do governo Bolsonaro, não cabe outra atitude ao PT que não seja fazer oposição permanente e destemida a seu governo neoliberal de extrema-direita e promover a defesa intransigente das liberdades e da democracia que ele ameaça diuturnamente. Diferentemente do que afirma o companheiro Rui, o PT não tem se restringido a combater o governo. Elaboramos e apresentamos propostas para enfrentar os graves problemas do país e do povo, como o desemprego, o aumento da injustiça social, para o sistema tributário, o pacto federativo, entre outros.

4- O PT não impõe condições para dialogar com todos os setores que se oponham ao governo autoritário, antinacional e antipovo. Ao contrário, temos trabalhado fortemente pela reconstituição da frente de esquerda dentro e fora do parlamento, pela construção da mais ampla frente democrática e participado de todos os fóruns em defesa da liberdade e da democracia. Em todos esses espaços denunciamos o caráter político da prisão de Lula e o que isso representa de afronta ao próprio regime democrático. Temos bem claro que a bandeira “ Lula livre” é central na defesa da democracia, da soberania e dos direitos no Brasil;

5- Nossa visão sobre a Venezuela considera primeiramente que o país vizinho se encontra sob criminoso embargo econômico e tentativa de intervenção militar estadunidense (com apoio do governo Bolsonaro), o que denunciamos em todos os fóruns. O PT repudia as tentativas de golpe, defende a pacificação do país e uma saída negociada democraticamente para a crise da Venezuela, respeitando o direito de autodeterminação do povo venezuelano;

6- Consideramos totalmente extemporâneo o debate sobre candidaturas presidenciais para 2022. No momento, nossa luta é para fortalecer a resistência ao bolsonarismo, defender a soberania nacional e os direitos sociais ameaçados. Esse processo vai produzir as condições políticas e a frente que irá, no campo da centro-esquerda, representar o povo brasileiro nas eleições de 2022. O PT certamente fará parte desse conjunto e, sendo um partido democrático como os demais, poderá sugerir nomes de seus quadros para participarem desse processo. É alentador identificar em nossas fileiras nomes com legitimidade para assumir essa responsabilidade, a começar pelo companheiro Lula, com sua reconhecida capacidade para unificar essas forças e o próprio povo brasileiro. O PT saberá fazer esse debate, democraticamente, no momento adequado.

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