Acidentes são eventos imprevisíveis, fortuitos e inesperados. Se há ocorrências absolutamente aguardadas em todo início de ano, são enchentes, alagamento, temporais, tragédias e mortes.
Culpar a natureza por seguir seu curso intempestivo é, dentre tantas calhordices, uma das mais cruéis e cínicas desculpas de nossos governantes diante de vidas destruídas e famílias soterradas.
São décadas, sucessivas, ininterruptas, em que temos, nunca em graus aceitáveis, sempre sob omissão e inoperância, a efeméride dos desmoronamentos, de crianças e idosos tragados por bueiros, levados pelas correntezas e engolidos por barrancos.
Não há governo que utilize suas dotações para saneamento básico e prevenção. Sem me do de generalizações, nenbnuma prefitura considera prioridade salvar vidas de gente simples e vulnerável. As prioridades são outras, sabemos.
Este ano, com inexplicável condescendência da mídia, deu-se voz a meteorologistas renomados sendo constrangidos a reforçar que vivemos um inédito “padrão de chuvas”. Pode até ser, a natureza também manda seus boletos.
Mas e se o período chuvoso fosse “normal”? A culpa seria de quem? E em 2021?
Tem eleição municipal este ano. Chega de chover nesse molhado.