Secretário de Cultura, Alvim usou fala de ministro de Hitler
Reprodução/Redes SociaisA embaixada da Alemanha publicou uma nota sobre o vídeo em que o então secretário da Cultura, Roberto Alvim, cita fala do ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels. Após o episódio, Alvim foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (17).
"O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade", diz o texto publicado no Twitter das representações diplomáticas da Alemanha no Brasil, acrescentando que o país mantém sua responsabilidade. "Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo", afirmou.
Alvim parafraseou Goebbles ao anunciar o Prêmio Nacional das Artes. Em vídeo divulgado pela Secretaria Especial de Cultura, o secretário diz que a “arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional”. “Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, afirmou.
A afirmação é semelhante a de Goebbels, publicada na obra de Peter Longerich."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o líder nazista.
Bolsonaro emitiu um comunicado confirmando o desligamento de Alvim. "Um pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", afirmou. O presidente reiterou o repúdio "às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas" e manifestou "total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum".
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