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Participação das mulheres na CPI da Covid causa briga 

Senadoras querem direito de falar na comissão mesmo não sendo membros e senadores veem tentativa de enfraquecer Bolsonaro 

R7 Planalto|Mariana Londres, de Brasília

Participação das mulheres na CPI da Covid causa briga
Participação das mulheres na CPI da Covid causa briga Participação das mulheres na CPI da Covid causa briga

Uma divergência entre senadores em função da participação das mulheres na CPI da Covid causou um bate-boca na sessão desta quarta-feira (5) e interrompeu a oitiva do ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, por alguns minutos. 

A confusão começou no início da fala da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que foi interrompida pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Marcos Rogério (DEM-RO). Os senadores, governistas, alegam que as senadoras engrossam a narrativa contra o presidente Jair Bolsonaro em um colegiado que já tem maioria oposicinista (são 7 a 4 entre os titulares). 

Já as senadoras lutam pelo direito da fala. Minoria no Senado, são 11 senadoras e 70 senadores, elas conseguiram recentemte a criação da bancada feminina, que dá direito a assento do colégio de líderes, mas ficaram de fora da CPI. Por acordo com o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM) conseguiram o direito de falar na comissão e fazer perguntas. 

Os senadores governistas alegam que não foram consultados para o acordo e uma reunião sobre o assunto foi marcada. 

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Abaixo veja como foi o bate-boca: 

Eliziane Gama: "Começo agradecendo pela inclusão de uma representante da bancada feminina entre os senadores que podem fazer perguntas aos depoentes. Queria iniciar sobre a questão do uso da cloroquina...."

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Ciro: "Ninguém mais do que o meu partido respeita o papel das mulheres. Nenhum partido tem mais representantes femininas do que o meu. Mas se foi um erro das lideranças dos partidos não indicarem as mulheres, a culpa não é nossa". 

Omar: "Ontem nós acordamos isso. O que estamos entendendo é que a contribuição dos senadores e senadoras é a mesma. Quero fazer um apelo aos senadores Marcos Rogério e Ciro que a gente faça uma reunião então, depois da oitiva".

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Ciro: "Vou aceitar hoje em respeito à senadora, mas não está no regimento e não foi acordado pela comissão, a gente fica com o papel de vilão, queremos que o trabalho seja levado a sério, mas não foi acordado". 

Omar: Não há vilões aqui, deus o livre. Já acertamos conversa e trataremos desse assunto. 

Eliziane: Só não entendo porque tanto medo das vozes femininas aqui. 

Ciro: Tá vendo, fica parecendo que a gente está perseguindo as mulheres. Quem está perseguindo é o seu partido que não lhe indicou para estar aqui. 

Omar: Foi uma concessão feita por nós. Não está no regimento, o senhor tem razão. E fiz esse apelo para que a gente atendesse. É uma concessão para que elas tenham uma representatividade e dizer que Ciro é contra as mulheres, não é verdade. 

Eliziane: Conquistamos aqui uma bancada feminina e vamos analisar do ponto de vista da razoabilidade. Essa comissão tem 18 membros e não tenho uma representação feminina e foi feita uma concessão. 

Simone: Há uma grande diferença entre privilégios e prerrogativas. Privilégios as senadoras dessa casa nunca vão pleitear. Nós pedimos ontem que tivéssemos direito a uma fala na lista dos titulares. Vossa Excelência

Fernando Bezerra se exaltou fora dos microfones e Eliziane e Simone rebateram que só queriam falar, não queriam votar e nem apresentar requerimento, apenas falar. 

Marcos Rogério: fizemos um gesto para aprovar a bancada feminina, mas o assento em comissões tem peso na narrativa, o que se busca é engrossar o gosto daqueles que querem dar peia no presidente Bolsonaro. Que formem um partido e consigam assento. 

Eliziane: pelo amor de Deus, nossa bancada é plural. Temos aqui a senadora Soraya do PSL. 

Leila Barros: Eu entrei nessa casa do mesmo jeito do que o senhor. 

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