Damares Alves e Luiza Brunet no lançamento do programa Salva uma Mulher
José Cruz/Agência BrasilA pesquisa DataFolha desta segunda (09) permite várias interpretações, mas uma delas é obrigatória: o Brasil vive uma onda conservadora – e ela veio para ficar. O resto é detalhe, chorumelas, torcida a favor ou contra. Aceitar que o país mudou dói menos e evita desperdício de energia e bate-boca.
O governo vai terminar o ano mostrando uma resiliência que só não é maior e definitiva por questões secundárias, de estilo, a maioria referente ao discurso excessivamente ideológico de Bolsonaro. A realidade internacional tem se incumbido de impor os ajustes necessários. O envio do vice Mourão à posse do presidente argentino é um indicativo que 2020 mostrará ao mundo um país menos dogmático, atento às questões econômicas globais.
Ao lado da oposição, só restou o imponderável. A seguir o caminho natural e a dinâmica própria da política, em que impera o poder da caneta e do Diário Oficial, os brasileiros vão conviver ainda mais com as figuras que emergiram e tomaram assento no novo cenário.
E nem estamos falando de Sergio Moro, que segundo o DataFolha é conhecido por 93% dos entrevistados e avaliado como ótimo ou bom por 53% deles. Para os que achavam que o ex-juiz estava acuado por denúncias e sofreria um desgaste com o aumento de sua exposição, trago verdades: ele vai muito bem, obrigado.
Também não é o caso de Paulo Guedes, desde sempre visto como ministro confiável por amplos setores da sociedade. Continua bem na fita, reconhecido por 80% dos pesquisados e considerado ótimo ou bom por 39% desse universo.
Se há uma personagem cuja popularidade sacramenta os novos ventos vindos de Brasília, é a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Tratada como excêntrica, alvo preferencial da esquerda identitária, é ela que surge como segundo auxiliar de Bolsonaro mais bem avaliado: 43% de ótimo e bom.
Para quem não gostou desses expressivos resultados, só resta um conselho: melhor já ir se acostumando. Vieram pra ficar.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.