A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, aceitou o pedido de queixa-crime contra o deputado federal Wladimir Costa (SD-PA) por difamação e injúria contra a repórter Basilia Rodrigues.
Vale lembrar o evento que deu origem à denuncia. Em agosto do ano passado, quando o deputado fez uma tatuagem em homenagem ao presidente Michel Temer, a repórter pediu que ele mostrasse a tatuagem, já que, pouco tempo antes, ele havia afirmado que arte não era de henna. A resposta do congressista foi: "Pra você, só se for o corpo inteiro".
No dia seguinte, a jornalista publicou um texto nas redes sociais intitulado "Um ensaio sobre a idiotice", em que pedia mais respeito às mulheres e se punha contra o machismo do deputado. Wladimir, então, retrucou na mesma moeda. Compartilhou um texto em sua página na rede social e, além de questionar a capacidade da profissional, destilou preconceitos e declarações misóginas: "Creio que deva ser por um suposto assédio moral porque assediá-la sexualmente ninguém irá acreditar, pois basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente, desperta algum tipo de desejo em alguém. Pelo menos dos meus fogem 1000% e também creio que fogem dos interesses padrões(sic) que outros homens possam sentir por uma mulher. Digamos que apenas a cor negra de sua pele e o cabelo cacheado, é (sic) o que ela verdadeiramente tem de beleza em seu corpo"
Após o episódio, o deputado foi denunciado no Conselho de Ética da Câmara por diversos partidos, mas foi absolvido, o que revoltou as deputadas.