Eunício Oliveira (MDB-CE) jogou um pacote de nitroglicerina pura em Jair Bolsonaro. Enxotado do Senado pelos cearenses, o amigo de Lula fez na saída vergonhosa da cena nacional uma retaliação deplorável.
Bolsonaro começará o governo tendo que buscar alternativas fiscais para cobrir o rombo de R$ 1,4 bilhões (pelos cálculos mais otimistas) gerado pela "vendetta" de quem foi humilhado nas urnas pela onda mudancista que tirou ele e outros caciques do poder. Mais R$ 2,6 bilhões serão espetados na conta dos estados, já com as finanças em rúina.
Ao mirar sua raiva contra o presidente eleito, Eunício Oliveira atinge em cheio o brasileiro comum, sobretudo aquele mais pobre, que, como sempre, será o maior prejudicado pelos desmandos de Brasília.
No momento em que "o toma lá, dá cá" tradicional da política brasileira é rejeitado pela maioria do eleitorado, o presidente do Senado manda um recado (dilacerante, retumbante, ignóbil) das dificuldades que Bolsonaro terá para dedetizar o Congresso nacional.
Eunício é o mentor da senvergonhice, mas ele não está sozinho. De maneira secreta e covarde, 41 dos nobres senadores apunhalaram o povo brasileiro.
Como ressaltou da tribuna Cristovam Buarque (PPS-BR), uma das vozes que se levantaram contra essa obscenidade, "estão querendo jogar uma bomba no colo do próximo presidente. Não votei em Bolsonaro, mas não esperem que eu prejudique o meu país. E ainda mais grave é votarmos isso secretamente.”
Que, pelo menos, Bolsonaro aprenda a lição.
Os pulhas de sempre não vão largar o osso assim tão fácil.
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