Senador do PDT foi baleado durante manifestação grevista de PM, no CE
TV RecordQualquer brasileiro sabe: sem paz não é póssível governar. O tiro de arma de fogo dada no senador Cid Gomes nesta quarta-feira, 19, é um péssimo sinal para os que sabem que não há caminho fora da democracia e da tolerância cívica entre os divergentes.
O irmão do ex-presidenciável Ciro Gomes foi atingido em Sobral, no Ceará, durante protesto de policiais que reivindicam aumento salarial. O senador pilotava uma retroescavadeira e tentava furar um bloqueio feito por PMs grevistas.
Nem cabe entrar no mérito quanto à legitimidade da manifestação. Todos sabemos que a Constituição proíbe o direito de greve a policiais militares. Mas a lei, sobretudo, proíbe a tentativa de homicídio e o atentado contra a vida de qualquer brasileiro.
Também vamos considerar que o gesto do senador é uma provocação incompatível com a função de um representante de nossa mais alta corte parlamentar. Claro que não ia acabar bem. Mas foram longe demais, os que se sentiram incomodados com a suposta bravata.
Quem atirou, o fez para matar. Segundo o Hospital do Coração de Sobral, o senador foi atingido por dois projéteis: um entrou na clavícula e saiu e outro o atingiu o pulmão esquerdo.
É muita violência em um ambiente, o político, que nos últimos anos tem dado péssimos exemplos de nossa incapacidade em aceitar as regras democráticas, que servem para todos, inclusive os opostos, à direta ou à esquerda. Ou ao centro.
Independentemente de partido, ideologia ou mero ponto de vista, todos temos o dever de zelar pela civilização, pelo convívio entre cidadãos que habitam o mesmo país. Na marra, ninguém vai longe. Não precisamos esperar pelo pior. Seja aliado ou inimigo, ninguém tem de morrer. Vamos manter viva a democracia.
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