Entre os documentos que serão apresentados à CPI da Covid nesta sexta-feira (25) estão prints de conversas no WhatsApp recebidas pelo servidor do Ministério da Saúde, Ricardo Miranda, para o pagamento de contrato com indícios de irregularidades para compra das vacinas da Covaxin.
Ricardo Miranda, irmão do deputado Luís Miranda (DEM-DF), já havia denunciado em outras ocasiões sofrer "pressão anormal" para pagamentos e assinaturas de contratos que deveriam ser cancelados ou não assinados se fossem seguidos critérios puramente técnicos.
No caso da Covaxin, além do preço e de pedido de pagamento antecipado, havia indícios de que as vacinas estavam próximas do prazo da validade o que tornaria a aplicação nos brasileiros quase impossível, e "pressão anormal" para os pagamentos.
Um dos prints que o servidor irá apresentar à CPI, ao qual o R7 Planalto teve acesso, mostra uma mensagem enviada por um superior de Ricardo Miranda, indentificado como Coronel Pires, às 23h de uma sexta-feira, para efetuar um pagamento de um contrato que a área técnica, no caso Ricardo Miranda, havia vetado. Chamou ainda a atneção de Ricardo Miranda o fato do seu superior ter encaminhado o contato de Max, que seria o diretor da Precisa, Francisco Maximiano.
"Ele [servidor Ricardo Miranda] recebe mensagem do coronel Pires na sexta-feira, 19 de março, 23 horas, dizendo que a empresa estava pressionando para que o contrato fosse fechado o quanto antes. Foi essa vacina a única a que ele recebeu pressão, ligação de todos os superiores para liberar algo que tecnicamente não poderia ser feito", disse o deputado Luís Miranda.
No dia seguinte, Luís e Ricardo Miranda levaram as suspeitas ao presidente Jair Bolsonaro.
Procurados, o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde ainda não se manifestaram sobre as denúncias sobre o contrato da Covaxin.