Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Xadrez da sucessão na PGR pode deixar Raquel Dogde de fora

Procuradora-geral pode ser tornar primeira a não ser reconduzida desde redemocratização. Bolsonaro indica que não respeitará lista tríplice

R7 Planalto|Clébio Cavagnolle, da Record TV, com Mariana Londres

Xadrez da sucessão na PGR pode deixar Raquel Dogde de fora
Xadrez da sucessão na PGR pode deixar Raquel Dogde de fora Xadrez da sucessão na PGR pode deixar Raquel Dogde de fora

Em plena campanha pela sucessão, mas ainda nos bastidores, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enfrenta dois grandes obstáculos: um Ministério Público dividido e a posição, sinalizada pelo presidente Bolsonaro, de que pode não respeitar a lista tríplice na indicação para a sucessão, em setembro. 

O mandato de procurador-geral da República dura dois anos. Desde a redemocratização, todos os chefes do Ministério Público Federal foram reconduzidos ao cargo. Se ficar de fora, Dodge será a primeira em três décadas e meia a não completar um duplo mandato. 

O Ministério Público Federal está divido em quatro grande "alas", o que se reflete na sucessão. A que apoia Dodge, a que apoia José Robalinho (presidente da Associção Nacional dos Procuradores da República), a ala pró-Janot e a ala Lava-Jato. A votação para a lista tríplice ainda não tem candidaturas abertas, mas intensa movimentação.

As restrições internas a Dodge são motivadas, principalmente, pela sensação de que ela não tem atendido a todos os interesses da classe, o que seria um potencial de Robalinho, por estar à frente da associação dos procuradores.

Publicidade

A ala pró-Janot se movimentava em torno do nome de Nicolao Dino, ex-vice PGR e que ficou em primeiro lugar na lista tríplice de dois anos atrás, mas foi preterido por Temer, possivelmente pelas investigações comandadas por Janot (na direção de Temer e aliados). Dino, no entanto, após a sinalização de Bolsonaro de que não deve respeitar a lista tríplice, desistiu de concorrer no início da semana. 

Sua desistência deve causar uma migração de potenciais votos para o candidato da quarta ala da PGR, a da Lava-Jato. Nos bastidores, o nome dos procuradores pró-operação, que têm a preferência e apoio do ministro da Justiça Sérgio Moro, era o de Deltan Dallagnol. O nome de Dallagnol vinha sendo trabalhado por Moro discretamente, mas a possível candidatura perdeu força após a corregedoria da PGR abrir um procedimento para analisar a tentativa de criação um fundo de R$ 2,5 bilhões de multas pagas pela Petrobras e após a instauração pelo Conselho Nacional do Ministério Público de um processo administrativo disciplinar contra o procurador por quebra de decoro ao falar em entrevista que três ministros do STF "mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção" e formam uma "panelinha". 

Publicidade

Bolsonaro nega que Moro escolherá próximo procurador da República

Bolsonaro não deve indicar Raquel Dodge, mesmo que ela esteja na lista tríplice, a lista dos mais votados pelos procuradores, porque teria preferência por um militar. O mais cotado é o chefe de procuradoria militar, Jaime de Cássio Miranda. Além da preferência por um militar, é importante lembrar que Dodge denunciou Bolsonaro por crime de racismo

Publicidade

Outro nome que corre por fora e que está buscando apoio do ministro da Secretaria de Governo Santos Cruz é o o subprocurador da República Augusto Aras, crítico voraz de Raquel Dodge. 

Caso o nome de Dodge realmente perca força, o vice dela, Luciano Mariz, pode ser uma alternativa.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.