Abertura das Olimpíadas, sua mensagem e por que não esperar nada diferente disso
Arte, cultura, história e união dos povos ficam de lado em cerimônia que enaltece poucos e propositalmente ridiculariza muitos
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, lema da Revolução Francesa, também presente no artigo 2º da Constituição do país, ficou de fora da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas 2024. O significado do tripé que sustentou a nação – considerada a mais elegante do mundo – foi deselegantemente desrespeitado pelos próprios franceses.
O art. 1º da Constituição francesa diz que: “A França é uma República indivisível, laica, democrática e social. Assegura a igualdade de todos os cidadãos perante a lei sem distinção de origem, raça ou religião. Respeita todas as crenças.” Já o art. 4º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, define liberdade como “poder fazer tudo aquilo que não prejudique outrem: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão os que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos.”
Considerando esses dois pontos, será que houve respeito a todas as crenças ao satirizarem a imagem da Santa Ceia, símbolo de uma cerimônia sagrada para os cristãos? E será que a liberdade garante “o gozo do mesmo direito” permitindo satirizar uma cerimônia sagrada para os muçulmanos, por exemplo? É claro que seria uma total falta de respeito a qualquer religião e pagar com a mesma moeda não é o ponto aqui. Mas é óbvio que as regras que valem para um, não valem para outros. Isso, por si só, também atropela a definição de igualdade: “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”.
Quanto à fraternidade, o art. 3º determina: “Não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem com você; faça constantemente aos outros o bem que você gostaria de receber”. Bem, um texto tão claro dispensa comentários.
Agradar alguns ofendendo propositalmente a muitos
Recorrendo a fatos e dados, disponíveis a qualquer pessoa que invista poucos minutos em pesquisas on-line em fontes confiáveis, temos o seguinte:
A Enciclopédia Cristã Mundial, responsável pelo levantamento mais abrangente de quantificação de cristãos em todos os países do mundo, aponta que, em 2020, o percentual de cristãos era de 32,3%.
Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que 2,9 milhões de pessoas no país se dizem gays, lésbicas ou bissexuais, representando 1,8% da população. E, segundo a pesquisa Global Advisor LGBT+ Pride 2023, realizada pelo Instituto Ipsos, o Brasil é o país com a maior população autodeclarada LGBT+. Por fim, um dado extra a considerar: Paris foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos em setembro de 2017, depois de inúmeras cidades terem desistido da disputa.
Diante disso, podemos tirar algumas conclusões:
Os franceses tiveram mais de seis anos para planejar e executar a Cerimônia de Abertura dos Jogos. Não foi nada feito às pressas, com orçamento limitado ou por amadores. Muito pelo contrário. Tudo foi intencional e exaustivamente planejado para ser tal e qual aconteceu.
Os organizadores sabiam – e sabem – muito bem que a representatividade da população LGBT+ é muitas vezes menor do que o percentual de cristãos no mundo, e que satirizar uma das cerimônias mais sagradas do cristianismo causaria toda a polêmica que temos acompanhado. Os “pedidos de desculpas” e a falsa justificativa de que a inspiração não veio do quadro de Leonardo Da Vinci são apenas e tão somente mais uma piada.
Mensagens transmitidas com sucesso
Todas as mensagens foram transmitidas com sucesso, tanto as que causaram furor, quanto as que estão escancaradamente claras, mas quase ninguém ousou comentar para não ser “cancelado”.
Entre elas, a normalização da pedofilia, com a “santa ceia drag”, celebrando a diversidade sexual e trazendo entre as “opções”, uma criança. E a admiração à imagem de um cavaleiro cavalgando seu cavalo branco sobre as águas com ar de vencedor, trazendo a bandeira dos cinco continentes presa ao pescoço como a capa de um super-herói. Quem disser que isso está relacionado às profecias bíblicas não passa de um maluco, não é mesmo?
“E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso e para vencer.” – Apocalipse 6:2
No livro A Terra vai pegar fogo, o autor Renato Cardoso explica em termos simples e linguagem cotidiana o Apocalipse de João e afirma que: “Os símbolos, personagens, ações e lugares no Apocalipse são pistas para sua interpretação e entendimento.” Cardoso discorre também sobre a representatividade do cavalo na Bíblia e o significado da vinda do primeiro de quatro cavaleiros que apontam acontecimentos futuros:
“Cavalos na Bíblia quase sempre foram associados à guerra, pois outras atividades, como o transporte de cargas, eram feitas por jumentos, bois e camelos. Portanto, podemos ter certeza de que o período a partir do primeiro selo inicia uma era de guerras, mas não necessariamente no sentido militar, em todo tempo. Há várias formas de guerra, e os selos apontarão para isso.”
Independentemente de crença religiosa, fé, nível socioeconômico ou posição política, não há como negar que estamos vivendo em meio a uma guerra ideológica, onde o errado virou certo, a verdade foi relativizada e opinião virou crime. As pessoas vivem alheias à realidade, imersas em suas bolhas identitárias, preocupando-se com coisas fúteis e inúteis que mal conseguem enxergar o que está acontecendo à sua volta.
De qualquer forma, está tudo muito claro para quem quer ver e dito com todas as letras para aqueles que têm ouvidos para ouvir.
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