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Aos 79 anos, Eric Clapton toca em SP para estádio lotado e faz público até chorar de emoção

Guitarrista britânico toca hits e vários blues em show tecnicamente perfeito e muito emocionante

Todos os Blogs|Odair Braz Jr.Opens in new window

Eric Clapton com sua banda no palco do Allianz Parque

Um show de verdade, sem nenhum tipo de armação e com a apresentação de música verdadeiramente boa: foi isso que Eric Clapton apresentou ao público de aproximadamente 50 mil pessoas que lotou o estádio do Palmeiras na noite deste domingo (30), em São Paulo.

Para falar deste show do guitarrista e cantor inglês, de 79 anos, é importante você pensar numa performance impecável. Pensou? Foi assim que tudo se deu. Sem nenhum exagero.

Clapton é reconhecidamente um dos maiores guitarristas de todos os tempos e sua performance, acompanhado de uma superbanda, é um negócio impressionante de se ver. Cada nota que sai de sua guitarra é tocada com uma maestria que se vê raramente hoje em dia e é algo para ser apreciado de verdade. É uma coisa quase inenarrável e que tem de ser vista e ouvida de fato para ver do que se trata.

O músico começou o show cedo, às 20h04, quando entrou no palco sem muito alarde. Usando um boné de baseball, um casaco por cima de uma blusa, cachecol e calças jeans, Clapton colocou sua Fender Stratocaster azul e branca e começou a tocar os primeiros acordes de Sunshine of Your Love, clássico do Cream, banda da qual fez parte nos anos 60. Seguiu com Key to the Highway e caiu no blues de I’m Your Hoochie Coochie Man, de Willie Dixon. Ao fim desta, cumprimentou o público com um “obrigado. Thank you. Good evening”. A quarta canção foi Badge, novamente do Cream.


O clima de rock’n’roll com blues já havia se instalado, ajudado pela simplicidade do palco, que não exibia nenhum tipo de vídeo pré-gravado e com iluminação simples. Oito luminárias tipo postes de luz contribuíam para a atmosfera. Clapton estava tocando para 50 mil pessoas, mas tudo ali podia estar também num bar, daqueles dos Estados Unidos, com 20 pessoas. A performance do músico seria exatamente a mesma.

Neste início de show, o público já estava cantando parte das canções, filmando com seus celulares o telão que exibia em detalhes os solos do guitarrista e, claro, fazendo aquele air guitar básico.


A quinta canção, Kind Hearted Woman Blues, abre a sequência acústica da apresentação, com Eric sentado com seu violão ao lado do outro guitarrista e de seu baixista. Esta música é de Robert Johnson, o mítico blueseiro norte-americano que é um dos maiores expoentes do gênero e que é uma influência assumida de Clapton. Foi só a primeira de Johnson, que ainda apareceria em outros momentos do show.

O set acústico seguiu com a famosa Change the World. Veio a divertida Nobody Knows You When You’re Down and Out. Em Lonely Stranger, Clapton chamou ao palco o violonista brasileiro Daniel Santiago, que tocou ainda em Believe in Life e na emocionante Tears in Heaven. Esta canção, como se sabe, foi feita por Clapton em homenagem a seu filho de 4 anos que morreu ao cair do prédio em que morava.


O guitarrista inglês toca e canta Tears in Heaven quase que o tempo todo de olhos fechados. A emoção toma conta de todo o estádio. Clapton interpreta a canção de um jeito também muito emotivo, como se estivesse falando mesmo com seu filho. É de chorar. E tinha gente chorando.

Fim da parte acústica, a guitarra volta a soar forte com Got to Get Better in a Little While. Vem Old Love e mais Robert Johnson com Cross Road Blues e Little Queen of Spades. A clássica Cocaine encerra a apresentação com todo mundo cantando junto.

Clapton volta para o bis e toca Before You Accuse Me, de Bo Diddley, com uma guitarra pintada nas cores da Palestina. Fim da apresentação após 1h40 de show. Um pouco curto? Talvez.

Teve gente fazendo coro para pedir Layla, uma das músicas mais famosas de Clapton, mas que ele não tocou nenhuma vez nesta turnê de 2024. Não adiantou gritar. O músico agradeceu ao público e saiu do palco, deixando seus fãs boquiabertos com o que tinham acabado de ver. E, realmente, não foi pouca coisa. Foi um show tecnicamente perfeito. Impecável.

Não é à toa que Clapton tem a fama que tem. É um mestre insuperável que beira a perfeição.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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