Bastaram dois minutos de Dudu. O ídolo que a direção do Palmeiras quer vender, mantém o clube na briga pelo tricampeonato brasileiro
Dudu entrou aos 36 minutos do segundo tempo. Dois minutos depois, driblou Rubens e sofreu pênalti. Raphael Veiga bateu, marcou seu segundo gol no confronto contra o Atlético Mineiro, em Campinas. E o Palmeiras venceu o jogo sofrido por 2 a 1. Dudu foi fundamental
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“Existe uma frase que acho que tem tudo a ver com ele: ‘o curto prazo nem sempre é justo, mas longo [prazo] é justo’. O Dudu está colhendo aquilo que está colhendo todo os dias no trabalho, dia a dia.
“É o primeiro a chegar, faz o melhor todos os dias. Quem ganha é a gente, que tem um craque em campo e está adquirindo a melhor forma.
“Uma coisa que as pessoas esquecem é a lesão dele, uma lesão dura, difícil, e está voltando à melhor forma, em um momento importante para nos ajudar”.
Weverton resumindo o que significa a decisiva entrada de Dudu na partida de hoje e o momento que ele vive na carreira.
Abel Ferreira estava muito nervoso.
O Palmeiras jogava mal no segundo tempo.
Estava empatando com o time misto do Atlético Mineiro.
Desperdiçando em Campinas dois pontos fundamentais, na briga pelo tricampeonato brasileiro.
Foi quando o treinador português resolveu abrir o time.
Tirou Fabinho, que havia perdido há muito tempo a razão de estar em campo, e colocou Dudu.
Eram 38 minutos do segundo tempo.
A torcida palmeirense que estava no Brinco da Princesa vibrou.
Apoiou.
Principalmente a Mancha Verde, principal organizada, e responsável por ele não ter ido ao Cruzeiro.
Dudu que teve uma lesão gravíssima na noite de 27 de agosto de 2023, contra o Vasco.
Ele rompeu os ligamentos cruzados anteriores e ainda lesionou os meniscos do joelho esquerdo.
Levou 291 dias para voltar a ser relacionado para um jogo de futebol.
Ficou na reserva contra o próprio Vasco, adversário da partida fatídica que o lesionou, no Allianz.
O Palmeiras, que havia dominado o primeiro tempo, havia perdido o controle tático e o time misto do Atlético Mineiro estava bem melhor.
Até que Dudu dominou uma bola na ponta direita, onde mais gosta de jogar, e não como Abel sempre insistiu para atuar na esquerda.
Ele conseguiu fazer contra Rubens o que os atletas palmeirenses não faziam.
Driblar.
O jogador de 32 anos passou pelo lateral esquerdo, que caído, o derrubou.
Pênalti.
Raphael Veiga, que já havia cobrado e marcado também de penalidade, o primeiro gol do Palmeiras, mudou a forma de cobrar.
Everson esperava um chute fortíssimo no canto esquerdo, o meia apenas rolou a bola no canto direito.
2 a 1.
O meia recuperava a confiança, o bom futebol e o apoio da torcida.
Hulk, em cobrança de falta, havia empatado o jogo no primeiro tempo.
A equipe de Abel Ferreira tratou de se defender, com chutões, garra e muito coração.
Conseguiu três pontos fundamentais nesta reta final de Brasileiro.
Após o fim de jogo, o veterano ídolo foi aplaudido de pé por grande parte da torcida.
Emocionado, ele retribuiu as palmas.
Abel Ferreira, após o jogo, reconheceu o esforço pela volta de Dudu.
E relembrou que sofreu na pele a dificuldade de romper os ligamentos cruzados anteriores.
Contusão que o obrigou a abandonar a carreira com apenas 11 anos de futebol profissional.
Também ficou muito feliz pelas palmas ao jogador, por ver o atacante ser decisivo no jogo.
“Ele merece, porque trabalha muito e sabe o quanto difícil é. Deixei de jogar por uma lesão destas. Se perguntar se o Dudu está pronto para jogar 90 minutos, não está. Mas se puder ajudar como foi hoje, será espetacular. Fui abraçá-lo, todos são jogadores do clube e ninguém vai apagar a história que tem. Ele jogou comigo imensamente, mas precisamos de ritmo, intensidade.
Abel Ferreira sabe que a presidente Leila Pereira não perdoou Dudu.
Viu o fato dele ter acertado sua ida para o Cruzeiro, inclusive com tempo de contrato e salários, em junho.
Pouco importou para a dirigente ele ter voltado atrás.
Ter conversado com o executivo Alexandre Mattos, que já foi do Palmeiras, para atuar em Belo Horizonte, logo depois de se recuperar, mexeu profundamente com a dirigente.
Ela segue com o intuito de vender Dudu no final da temporada.
O atleta sabe disso.
Seu empresário, André Cury, também.
Assim como Abel Ferreira.
Mas antes da saída, o treinador quer utilizá-lo nos dez jogos restantes.
Dudu quer fazer de tudo para sair tricampeão brasileiro.
E chegar ao seu 13º título, em oito anos de Palmeiras...
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