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‘Cheguei a colocar o revólver três vezes no ouvido. Estraguei a vida. Perdi o distintivo da Fifa. Sou corintiano.’ Edilson Pereira de Carvalho

O juiz, que se corrompeu em 2005 e foi o principal personagem do episódio conhecido como ‘Máfia do Apito’, confessa que pensou em tirar a própria vida, depois que a trama acabou revelada. Onze jogos do Brasileiro foram disputados de novo. O Corinthians foi campeão

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Edilson Pereira de Carvalho era árbitro da Fifa Reprodução/Twitter

Ele ostentava, com orgulho, o escudo da Fifa.

Era um ótimo árbitro.

Dos melhores do Brasil.

Mas Edilson Pereira de Carvalho se transformou em palavrão.


Quando alguém deseja ofender um juiz, compará-lo a uma pessoa corrupta, que aceita dinheiro para manipular resultados de jogos, basta chamá-la de Edilson.

Ele foi banido do futebol por aceitar dinheiro de apostadores para forjar resultados.


Ficou preso por cinco dias, pela Polícia Federal.

A desmoralização foi completa.


Desde 2005, quando seu vergonhoso esquema acabou revelado, sua vida mudou.

Acabou seu casamento.

Passou a viver com a mãe.

Financeiramente despencou.

Ser reconhecido se tornou um grande obstáculo para arrumar emprego.

Ir para qualquer lugar, restaurante, festas, entrar em um ônibus.

As inúmeras reportagens, as capas de revistas, jornais e portais, o qualificando como desonesto se transformaram como em uma tatuagem na sua testa.

Tanto que pensou em em suicídio.

“Já pensei em fazer besteira.”

“Três vezes coloquei o revólver no meu ouvido. Hoje, graças a Deus, não fiz isso. Eu disparei e pegou no teto. Sofri demais durante cinco anos. Fiquei completamente trancado dentro de casa. Precisava continuar com sustento, tenho minha esposa, minha filha. Onde tem gente, eu não vou. O que eu sofri mesmo foi aí... Na procura de empregos. Me deixa em paz, por favor, deixa eu viver.”

“Não é todo mundo santo, os torcedores, ou todo ser humano.”

“Só eu errei nessa vida?.”

A CBF alterou toda a maneira com que trata os árbitros para tentar evitar que outros acabem corrompidos.

As contas bancárias são abertas e há a necessidade de provar rendimento que garanta a sobrevivência digna, sem ser a arbitragem.

Edilson virou motivo de vergonha para os juízes do país.

“Me arrependo naquela época já. Perdi o distintivo da Fifa, perdi minha carreira, faltavam três anos. Poderia ser comentarista, não sei, porque nunca pensei nisso, não levava jeito para coisa. Pelo menos trabalharia, não sofreria.”

Ele revela que sempre foi corintiano fanático.

“Sempre fui, meu pai era corintiano, minha mãe era corintiana, eu ficava ali assistindo. Fanático na televisão. Apitei dezenas de vezes juvenil, juniores e profissional. Nunca influenciei. Teve um jogo, em 2004, Corinthians estava para cair para segunda divisão, contra a Portuguesa Santista, no Pacaembu, e perdeu. Eu estava apitando. Mas quem salvou o Corinthians nesse dia foi o Grafite”, disse em entrevista ao youtuber Cartolouco.

Graças ao esquema de corrupção ter sido revelado, e os 11 jogos que Edilson apitou no Brasileiro de 2005 acabarem anulados, e disputados de novo, o Corinthians acabou campeão brasileiro daquela temporada.

Edilson garantiu ter sido feita justiça, com seu banimento.

“Completamente justo. Errou tem que pagar. Não tem cabimento nenhum um árbitro participar de um esquema e continuar apitando. Ele tem que ser banido, ele vai fazer isso todo jogo. Essa m... eu fiz e está valendo para a vida toda.”

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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