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Livro ‘O Luto É um Elefante’ dá leveza à morte ao transformar gigante de chifres em vaga-lume

Breve e lindamente ilustrada, obra reconta as cinco fases pelas quais todos nós passamos quando vemos alguém especial partir

Todos os Blogs|Fabíola Glenia e Vivian Masutti

Trecho do livro 'O Luto É um Elefante'

Por meio de metáforas com animais, o recém-lançado O Luto É um Elefante (R$ 59,90, 32 págs., Intrínseca) trata de uma maneira lúdica o processo que vivenciamos ao perder alguém.

O livro da americana Tamara Ellis Smith é curtinho e sua genialidade está em justamente em condensar as etapas que adultos e crianças enfrentam rumo à aceitação — negação, raiva, negociação e depressão.

Porque, na verdade, o luto é isso mesmo: um processo.

Começa como um elefante, animal enorme que, ao entrar no seu quarto, ocupa tudo, sufocando e afugentando quem está ali.


Você até tenta fugir de lá, mas o luto é esperto e acaba te encontrando. Só que, aí, talvez já não seja mais um elefante. De repente, ele assume a forma de uma corça, ou veado, como é conhecido por aqui.

Cada vez menos assustador, ainda que sempre presente, vai se tornando mais fácil de conviver, de se aproximar, de “tocar a patinha”, de olhar nos olhos...


Foi no clássico Sobre a Morte e o Morrer (R$ 69,90, 296 págs., Martins Fontes), dos anos 1960, que a psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross criou essas fases do luto, citadas acima e usadas até hoje.

E fica claro que O Luto É um Elefante traduz essas mesmas etapas, de forma descomplicada e infantil — acompanhadas das lindas ilustrações de Nancy Whitesides.


Como é breve, a obra é ideal para as crianças, que têm uma atenção tão difícil de captar. Faz todo o sentido a sua proposta de consumo rápido, digamos assim, dando leveza a um tema tão pesado para algumas culturas.

Cada página convida a refletir sobre o significado daquilo, o não dito, a emoção ou o sentimento que ainda não virou palavra.

No fim, o leitor acaba reconfortado ao saber que uma tristeza avassaladora pode, quem sabe, transformar-se em uma lembrança acolhedora e sair brilhando por aí.


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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