“Não estamos jogando nada!” O desabafo de Calleri depois da eliminação do São Paulo. Incômodo para Zubeldía e à direção
Atacante argentino se cansou de o time pouco atacar contra o Atlético. Deixou claro que, para uma equipe que precisava ganhar para chegar à semifinal da Copa do Brasil, o esquema 4-5-1, com apenas ele na frente, fracassou. E custou caro. A eliminação
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Calleri ficou histérico em 2023.
Foi, disparado, o jogador que mais comemorou a conquista da Copa do Brasil.
O clube vencia pela primeira vez o torneio nacional.
Ele foi muito valorizado e houve muitos jornalistas pedindo até sua convocação para a Seleção Argentina.
Só que, depois de um ano, veio a queda ontem do São Paulo, em Belo Horizonte, diante do Atlético Mineiro.
O time de Milito havia vencido no Morumbis por 1 a 0.
Era obrigatória a vitória do time paulista para ficar com a vaga à semifinal.
E a equipe foi precavida demais, tímida, travada.
Jogou muito atrás, com a bola mal chegando à frente.
Calleri foi o grande sacrificado no esquema 4-5-1.
Ele lutou sozinho contra toda a firme zaga atleticana.
E não produziu.
Foi um dos piores em campo.
“Não estamos tendo a melhor performance, é uma coisa nossa, temos que melhorar muito.
“Faz três jogos que não fazemos gol, não estamos jogando nada!”
A reclamação pública de Calleri bateu de frente com o que falou Zubeldia, após a eliminação.
“Queríamos passar para a semifinal, mas temos desafios adiante. Libertadores, Brasileirão, estamos numa boa posição e queremos terminar mais acima possível. Não posso ser injusto e dizer que os jogadores não estiveram bem e a equipe não esteve bem. Estivemos bem. Temos de saber perder, virar a página, com a dor que isso implica, e pensar no que vem.”
Só que todos no São Paulo, direção, comissão técnica e jogadores, sabiam que a prioridade em 2024 está nas copas.
O título do Brasileiro não é nem cogitado.
O clube é sexto, a nove pontos do líder Botafogo.
Os sonhos estavam na Libertadores e, principalmente, na Copa do Brasil, caminho que se mostrava ‘mais fácil’.
Agora, resta o torneio sul-americano.
E pela frente as quartas contra o líder do torneio nacional.
O Botafogo.
Zubeldía tentou amenizar a situação.
“Se quando chegamos me dissessem: ‘Mister, vamos estar nas três competições até as quartas. Copa Libertadores e Copa do Brasil, quartas de final. E vamos estar entre os primeiros seis (colocados) do Brasileirão’... era uma boa notícia.”
Pode até ser que era, quando ele assumiu.
Mas agora, com o elenco reforçado, mais competitivo do que era com Thiago Carpini, não é.
A perspectiva no Morumbi era conseguir eliminar o Atlético Mineiro, que atravessa uma fase muito irregular.
Com o treinador Milito estando seriamente ameaçado de demissão.
Mas o time paulista foi decepcionante nas duas partidas eliminatórias.
Sem força ofensiva quando mais o time precisou.
No Mineirão só houve uma chance real de gol, de Luciano, que Everton defendeu com os pés.
Foi muito pouco.
O desabafo de Calleri é um grito de alerta.
E que incomoda a direção e a comissão técnica.
A cobrança do argentino, para pessoas fundamentais no futebol tricolor, deveria ter sido interna.
Não para a imprensa.
Após a eliminação, ninguém da direção do São Paulo disse uma palavra, em Minas Gerais.
Mas não há como esconder a realidade.
O São Paulo precisa descobrir soluções ofensivas.
Reconhecer que com Rafinha e Wellington o time não tem jogadas de linha de fundo.
Que não adianta colocar Lucas Moura, Luciano e Wellington Rato, se eles ficam longe de Calleri.
Travar os adversários nas intermediárias, lutar, mostrar garra, determinação é importante.
Mas o time precisa ir muito além.
Se quiser conquistar um título em 2024.
O Campeonato Paulista e a Copa do Brasil já foram desperdiçados.
A resposta terá de ser dada principalmente na Libertadores.
Já daqui a cinco dias, no primeiro jogo, no Nilton Santos, contra o poderoso Botafogo.
Não há como o São Paulo seguir atuando como o próprio Calleri definiu.
“Nada”...
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