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Novo disco de Gaga, ‘Harlequin’ é uma ode à loucura do mundo cão que mata o fã do pop

Álbum faz um pot-pourri de jazz com cabaré para embalar ‘Coringa: Delírio a Dois’, que chega aos cinemas na quarta-feira (2)

Todos os Blogs|Vivian MasuttiOpens in new window

Lady Gaga e Joaquin Phoenix em cena do filme 'Coringa: Folie à Deux' Divulgação

Fãs dos primórdios da Mama Monster, que dormem com álbuns The Fame (2008) e Born This Way (2011) debaixo do travesseiro, vão ficar frustrados com Harlequin, novo disco de Lady Gaga, 38 anos, lançado nesta sexta-feira (27), com 13 canções.

Mesmo assim, do ponto de vista artístico, o trabalho mostra a cantora no auge de sua versatilidade e potência vocal, nem sempre evidenciada nas faixas mais dançantes.

O álbum, claro, é uma jogada de marketing para promover a estreia de Coringa: Delírio a Dois, que chega aos cinemas na próxima quarta-feira (2) e traz a diva contracenando com Joaquin Phoenix — conhecido por ser levemente difícil de lidar no set.

Tanto que a cantora já anunciou que lançará novo disco em fevereiro. Amém.


Capa do álbum 'Harlequin', de Lady Gaga Divulgação

Harlequin abre com Good Morning, um preâmbulo fleumático e nonsense, enquanto Get Happy dá a impressão de que nos encaminhamos para a levada jazz que aproximou Gaga de ninguém menos que Tony Bennett, morto no ano passado.

Oh, When the Saints se esfrega no gospel e eleva um pouco o tom do disco ao anteceder a curtíssima World on a String, que parece ter sido feita especificamente para uma cena do filme mesmo.


A seguinte, If My Friends Could See me Now, é uma das melhores e lembra a gingada cabaré da abertura das Olimpíadas de Paris — quando Gaga entoou Mon Truc en Plumes às margens do Sena. Aí o fã monster se empolga um pouquinho. Mas de pop não tem nada, não.

That’s Enterntainment vai nessa levada, fazendo uma exaltação ao mundo de loucura soturna do Coringa, assim como Smile e The Joker, referências à vida errante do protagonista do filme: “The Joker is me/ The poor laughing fool falls on his back”, ela canta (o coringa sou eu/o pobre bobo da corte cai de costas).


Em Folie à Deux, Gaga narra o papel da própria personagem no filme, Harlequina, que se junta a Coringa em seu devaneio. Dizem que a cantora precisou até de ajuda psicológica para encarnar a vilã.

Gonna Build a Mountain lembra Nebraska no começo, mas evolui para um country, no maior estilo popnejo americano de Texas Hold’em, de Beyoncé.

Melancólicas, Close to You e Happy Mistake baixam o tom, intimistas como Joanne (2016), para entregar um fim retumbante à resignada That’s Life, que fecha o álbum com uma mensagem a quem vive no mundo cão:

“Each time I find myself flat on my face/ I pick myself up and get back in the race.”

“Cada vez que me encontro de cara no chão/ Eu me levanto e volto para a corrida.”

Que saudade de Chromatica. Chega logo, fevereiro.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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