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O novo feminismo e os velhos cabrestos

Se no passado a mulher não podia trabalhar fora, hoje não pode pausar a carreira para cuidar dos filhos

Todos os Blogs|Patricia LagesOpens in new window

Ativistas da organização feminista Femen se jogaram nesta terça-feira (25) sobre o carro que transportava o primeiro-ministro tunisiano, Ali Lariyedh
Ativistas feministas em ação

Tolerância, igualdade, respeito e poder de escolha são as palavras mais presentes nos discursos de quem jura defender as mulheres, principalmente, no feminismo. Supostamente, a causa feminista deveria buscar o que defende: tolerância, igualdade, respeito e poder de escolha para as mulheres, porém, não é isso o que se tem visto.

A causa feminista, em diversas frentes, tem trabalhado para garantir que a mulher tenha mais direitos em detrimento dos direitos dos homens. Se uma mulher e um homem concorrem pela mesma vaga, a empresa politicamente correta tem de contratar a mulher, ainda que o homem seja mais competente. Se uma mulher diz que foi assediada significa que o homem a quem ela acusa é culpado e não deve ter nem sequer o direito de se defender. A palavra dela basta, sem qualquer a necessidade de provas ou evidências.

Mas a luta por direitos tem um lado obscuro e sombrio que se apresenta com um falso colorido, pois ao mesmo tempo que promete libertar a mulher, acaba por oprimi-la ainda mais. Para esse “novo feminismo”, o casamento é um absurdo, um fardo, uma instituição falida. Isso porque a mulher moderna tem de estudar muito, ser bem-sucedida na carreira profissional, comprar seu apartamento, ter um carrão na garagem, uma conta bancária recheada, viajar o mundo. Afinal, se ela não está fazendo isso, não está vivendo como deve.

Por um lado, o feminismo diz que a mulher pode fazer o que bem quiser, mas por outro grita aos quatro ventos que a mulher que pausa a carreira para priorizar a educação dos filhos só pode estar maluca. É preciso demovê-la dessa ideia usando todos os argumentos possíveis: você não pode se anular; você vai se arrepender; seu filho não vai admirar você; seu marido vai arranjar outra na rua!


Se a mulher do passado tinha de obedecer a voz da sociedade que não lhe permitia trabalhar fora, a mulher moderna tem de obedecer a causa feminista que não lhe permite priorizar a família. A balança apenas pendeu para o outro extremo, enquanto a mulher continua sem o direito de escolher por si mesma o que realmente quer.

Além disso, coisas comuns até um tempo atrás viraram verdadeiros insultos: homem ceder o lugar a uma mulher no ônibus? Insulto! “Esse macho tóxico está achando que somos frágeis!” Dar um brinquedo com características domésticas a uma menina? Insulto! “Quer fazer essa criança virar uma ‘Amélia’”? Homem pagar a conta no restaurante? Insulto dos insultos! “Somos empoderadas, não dependemos de ninguém!”

Esse movimento que diz respeitar as mulheres precisa aprender o que é respeito começando por não criticar as escolhas das mulheres. Mas o que mais se vê é a imposição de cabrestos antigos travestidos de ideologias modernas. Um movimento que força a mulher a aceitar narrativas que ditam onde ela deve estar e o que deve fazer não pode ser levado a sério.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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