Condições dos EUA para acordo com Irã criam ‘uma discordância quase incontornável’, diz especialista
Representantes dos países retomaram negociações sobre programa nuclear iraniano nesta sexta (23)
Conexão Record News|Do R7
Representantes dos Estados Unidos e do Irã retomaram as negociações sobre o programa nuclear iraniano, nesta sexta-feira (23). A rodada anterior das conversas terminou com uma divergência sobre o enriquecimento de urânio.
O enviado americano disse que Washington não poderia autorizar nem 1% de capacidade de enriquecimento. Já Teerã considera a postura dos EUA inaceitável por ser uma atividade compatível com um programa nuclear com fins civis.
Em entrevista ao Conexão Record News, Paulo Velasco, professor de política internacional, pontua que havia um acordo nuclear em vigor desde 2015 entre os países, porém, foi revogado durante o primeiro mandato do presidente americano, Donald Trump, ainda em 2018.
Segundo o especialista, “os Estados Unidos exigem que, de alguma maneira, o Irã renuncie a toda e qualquer capacidade de enriquecimento de urânio e isso não é aceito pelo país persa”. No acordo firmado em 2015, era previsto um limite de 3,67% para tal atividade. “Ou seja, dentro do que é considerado nem um limite razoável para fins energéticos, por exemplo”, diz Velasco ao explicar que, para chegar a uma bomba atômica, o enriquecimento tem que ser acima de 80%. Portanto, a exigência cria “uma discordância quase que incontornável”.
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