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Alunos da Uerj conquistam terceiro lugar em mundial de foguetes

Grupo de Foguetes do Rio de Janeiro garantiu o 21º lugar na classificação geral da Spaceport America Cup; competição teve 120 instituições inscritas

Rio de Janeiro|Juliana Valente, do R7*

Atom atingiu mais de 2.000 metros e conseguiu ser 100% recuperado
Atom atingiu mais de 2.000 metros e conseguiu ser 100% recuperado Atom atingiu mais de 2.000 metros e conseguiu ser 100% recuperado

Com um voo de 2.370 metros, o Atom conseguiu a terceira colocação na categoria 10k SRAD Solid Motors da maior competição de foguetes do mundo. Desenvolvido pelo GFRJ (Grupo de Foguetes do Rio de Janeiro) da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), o foguete foi totalmente recuperado pelos seis alunos que viajaram para a Spaceport America Cup. 

Nesta categoria, os estudantes tinham como objetivo atingir uma distância de 10 mil pés — equivalente a 3.048 metros — e ter um motor totalmente elaborado pelos 35 alunos de engenharia, física, ciência da computação e pedagogia que compõem a equipe. O GFRJ é líderado pelo professor da Uerj João Canalle. 

Com 120 instituições inscritas, a Uerj foi a única representante do Rio de Janeiro no campeonato mundial, que ocorreu no Novo México, nos Estados Unidos, entre os dias 19 e 23 de junho. Outras três instituições brasileiras também participaram da competição.

Na classificação geral, os cariocas conquistaram o 21º lugar entre 99 equipes de universidades do mundo inteiro. O presidente do GFRJ, Wallace Rosendo, de 23 anos, conta que participar da competição foi uma experiência incrível. 

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— Lá, tivemos a possibilidade de conhecer pessoas de outros países, além de aprender sobre o mercado de trabalho desta área. Para nós, foi um tanto desafiador disputar uma competição em um lugar desértico, onde é muito quente e seco. Apesar disso, nos preparamos muito bem para encarar as dificuldades e sabemos que o resultado vai ficar guardado na memória.

Para conseguirem participar da competição, os estudantes lançaram uma vaquinha virtual. E, após divulgação pelo R7, o grupo conseguiu atingir a meta e arrecadou mais de R$ 17 mil. 

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Seis alunos viajaram para acompanhar o lançamento do foguete
Seis alunos viajaram para acompanhar o lançamento do foguete Seis alunos viajaram para acompanhar o lançamento do foguete

Única mulher a viajar pela equipe, a estudante de Engenharia Eletrônica, Paula Reis, de 21 anos, é a responsável pela área de marketing da equipe. Ela conta que, no começo, se sentiu um pouco deslocada. 

— Confesso que, de início, me pareceu bem estranho ficar esse tempo todo viajando na companhia de seis homens, sem nenhuma outra presença feminina. Mas, na competição, notei que haviam muitas mulheres nas equipes do mundo todo, todas muito inteligentes e capazes. Até estranhei a grande quantidade porque sempre acabamos sendo minoria nesse meio de engenharia. Mesmo assim, o número de homens ainda era visivelmente maior que o de mulheres, mas estamos conseguindo nosso espaço e espero ver cada vez mais esse número se igualando.

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Atualmente, apenas oito mulheres compõem a equipe. Wallace conta que, no processo seletivo atual, eles esperam conseguir igualar o número de homens e mulheres. 

Fundado no dia 7 de abril de 2016, o grupo se autodenomina como um núcleo de resistência na Universidade e que tem como objetivo principal a contribuição para o desenvolvimento do cenário aeroespacial brasileiro. Criado em meio a maior crise da história da Uerj, o GFRJ, formado por voluntários, presenciou a desistência de muitos integrantes. O estudante de Física, Thiago Espírito Santo, de 21 anos, conta que, como os estudantes não tinham aula, muitos ficaram desmotivados.

— O grupo começou e se estruturou bem no início da maior greve da Uerj. Muitas pessoas saíram da faculdade, não tinham aula, não recebiam e ficavam muito desmotivadas em permanecer na equipe. Tivemos que tirar dinheiro do nosso próprio bolso para manter o projeto. Em contrapartida, temos integrantes que só ficaram na universidade por causa do GFRJ.

Perguntado sobre os próximos passos, o presidente afirmou que o grupo deseja captar novos recursos para possibilitar a participação em outras competições. 

— A ideia é crescer o trabalho para fazer com que a equipe seja cada vez mais profissional no que faz, já que fazer foguete é coisa séria.

* Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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