A tarde deste domingo (1º) marca o início do mandato de Marcelo Crivella na prefeitura do Rio de Janeiro. Depois de uma vitória de 59,36% dos votos contra 40,64% de Marcelo Freixo (PSOL) o candidato do PRB assume a capital carioca com um sólido apoio popular.
Pela manhã, antes mesmo de tomar posse, Crivella publicou várias medidas na edição extraordinária do Diário Oficial do Município, entre elas, o pedido de um plano para incluir o Metrô no Bilhete Único Carioca e a determinação para a Secretaria de Saúde aumentar o número de leitos e redução de filas em hospitais. Além disso, o pedágio da Linha Amarela foi suspenso para motociclistas.
O novo prefeito do Rio de Janeiro chegou à Câmara dos Vereadores, no centro da cidade, por volta de 12h30 e pouco mais de meia hora depois iniciou seu discurso. "É com imenso senso de responsabilidade e prudência, mas também com fé e sem medo que assumo a Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro", afirma o missionário.
"Venho cumprir o mandato que recebi do povo com a determinação de cuidar das pessoas. É para essa nobre missão que peço humildimente a benção de Deus e me sinto investido da mais alta autoridade para conclamar a sociedade", comenta. O novo prefeito exalta ainda a importância que terá com saúde, educação, turismo, qualidade de vida e cuidados com a cidade, como a preservação da Baía de Guanabara. Crivella defende ainda que a Guarda Municipal tenha papel direto no combate à violência.
"É proibido gastar", reitera Crivella em seu compromisso de recuperar as finanças da capital carioca. O novo prefeito ainda comenta a situação da cidade. "O país está em crise, o estado do Rio de Janeiro está em crise e a cidade do Rio de Janeiro se encontra neste contexto. É hora de cautela e de um minucioso exame das despesas públicas."
Cuidadoso, Crivella assumiu a posição de gestor e mantém os pés no chão e pede aos cariocas "paciência e compreensão". "Não fomos o candidato das promessas, não seremos o prefeito das ilusões" e pouco depois das 13h terminou sua fala com um discurso seguro e em busca de união.
Propostas
Elegendo-se com forte apoio do subúrbio, Crivella dedicou boa parte de seu programa de governo a medidas sociais. Durante a campanha, prometeu acabar com as filas de cirurgias em hospitais municipais. Defendeu, também, que o metrô seja incluído no bilhete único e que o benefício seja aumentado em ao menos uma hora. Atualmente, o tempo de intergação é de duas horas e meia.
Sobre o déficit de 20 mil vagas em creches na capital fluminense, o republicano se comprometeu a realizar PPP (Parceria Público-Privadas) para construção de novas unidades.
Outro compromisso importante assumido pelo agora prefeito do Rio foi a redução pela metade do número de secretarias, cortando cargos comissionados.
Quem é Crivella?
O novo prefeito do Rio passou pelo Exército, foi auxiliar de escritório, taxista, servidor público, formou-se engenheiro civil e passou dez anos como missionário na África.
Quando retornou ao Brasil, no fim dos anos 90, mudou-se para sertão da Bahia, onde desenvolveu o Projeto Nordeste. Foi quando implementou a Fazenda Nova Canaã, no município de Irecê, uma área de 450 hectares com agroindústria auto-suficiente, que busca tornar o sertão produtivo e independente de ajuda externa.
Em 2002, entrou para a vida política como senador da República e, paralelamente, atua como cantor e compositor de músicas gospel. Em 2011, foi o único senador fluminense reeleito.
Nascido em Botafogo, em 1957, Crivella é casado com Sylvia Jane há 36 anos e tem três filhos. Já como senador, disputou o governo do Rio de Janeiro por duas vezes e a prefeitura por três vezes, incluindo esta, em que saiu vitorioso.
Ainda na trajetória política, o republicano foi ministro da Pesca e Agricultura, entre 2012 e 2014. No primeiro ano à frente da pasta, lançou o Plano Safra da Pesca e Aquicultura, cujo objetivo é melhorar o acesso dos pescadores ao crédito.