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Em busca de Fat Family, PM do RJ matou 10 pessoas em 11 dias

Nove suspeitos e um morador já morreram em operações para encontrar traficante resgatado

Rio de Janeiro|Do R7

Enquanto estava internado, Fat Family tirou fotos no leito
Enquanto estava internado, Fat Family tirou fotos no leito Enquanto estava internado, Fat Family tirou fotos no leito

Nos últimos 11 dias, a Polícia Militar do Rio de Janeiro matou 10 pessoas durante as buscas para localizar o traficante Nicolas Labre Pereira de Jesus, o Fat Family. Segundo a corporação, nove eram suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Um dos mortos, entretanto, era um pedreiro morador do Complexo da Maré. Uma moradora da comunidade também foi baleada.

Ao menos 30 batalhões da PM se empenham em localizar Fat Family e os responsáveis por resgatá-lo do hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. No dia 19 de junho, cerca de 15 homens armados entraram na unidade de saúde e resgataram o traficante, que estava internado após ser baleado no rosto. Na ação, um paciente foi morto e duas pessoas ficaram feridas.

As primeiras cinco mortes durante as buscas foram na comunidade do Rola, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio, no dia 22 de junho. Segundo informações do batalhão do bairro (27º BPM), houve confronto no início da ação e os suspeitos foram baleados.

No dia 24 de junho, três pessoas morreram no Complexo da Maré. Na mesma ação, os agentes também encontraram o esconderijo do traficante, em uma casa na Nova Holanda. No local, havia medicamentos. O traficante não foi encontrado.Na página Maré Vive, no Facebook, moradores relataram os confrontos e disseram que duas pessoas foram mortas com tiros na cabeça e que policiais entraram na casa de moradores e estouraram canos de água.

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Na noite desta quarta (29), um morador foi morto no Complexo da Maré durante operação militar. A operação começou às 15h, horário de alta circulação de pessoas na comunidade e também deixou moradores sem conseguir voltar para casa. A operação contou com o Comando de Operações Especais, com batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Choque, com apoio de carros blindados da corporação.

Na manhã de quinta (30), um suspeito morreu na comunidade do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, zona norte. Segundo a PM, quando os agentes do Grupo de Ações Táticas do 9º BPM (Rocha Miranda) chegaram à favela foram recebidos a tiros por criminosos. O suspeito ferido morreu no local. Outros dois homens foram presos, e houve apreensão de um pistola 9 mm, um radiotransmissor e material entorpecente em quantidade ainda não divulgada.

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Terror na Maré

A Justiça do Rio de Janeiro proibiu, a partir desta quinta (30), que a Polícia Militar faça buscas domiciliares e cumpra mandados de prisão no Complexo da Maré durante a noite. Na decisão, a juíza Angélica dos Santos Costa, do Plantão Judiciário, lembrou que já “não é possível a busca domiciliar durante a noite na forma do art. 5º, XI da Constituição da República Federativa do Brasil”. No texto, a juíza afirma que "é inadmissível que a polícia em pleno século XXI não encontre o caminho de enfrentar a criminalidade sem expor o cidadão de bem".

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Costa também intimou o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, o comandante da Polícia Militar, o Comandante do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) a prestarem informações sobre como as operações policiais vêm acontecendo em comunidades.

A intimação foi emitida depois que a Defensoria Pública e a ONG Redes Humanitárias da Maré entraram com ação na Justiça para que a polícia reavalie a forma que as operações acontecem.

A decisão também exige que a Secretaria de Segurança Pública adote providências para “manter a ordem e a tranquilidade pública no local da incursão a fim de que seja assegurado o direito de ir e vir da população local”.

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