Barricadas com fogo foram montadas em vários pontos da favela
Rommel Pinto/Agência O DiaMoradores da favela da Rocinha, zona sul do Rio, vivem clima de guerra nesta sexta-feira (22). A partir das 9h30, começou uma intensa troca de tiros entre policiais e criminosos na área de mata da comunidade. Este é o quinto dia consecutivo de operação policial no local.
O confronto deixou um morador baleado. Luciano Monteiro Marques foi atingido por uma bala perdida, socorrido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, e está estável. A vítima teria sido atingida durante um ataque a base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade.
Nas redes sociais, moradores relatam o clima de medo dentro da comunidade. Comércio, escolas e unidades de saúde fecharam as portas. Pelo menos dois mil estudantes da rede municipal de Educação ficaram sem aulas.
O confronto assustou quem passava na região. O Túnel Zuzu Angel e a autoestrada Lagoa-Barra, no trecho entre a Praça Sibélius, na Gávea, até São Conrado, estão interditados há, pelo menos, duas horas. Até o espaço aéreo nas proximidades da comunidade foi bloqueado.
No vídeo, compartilhado em uma rede social, é possível ver barricadas em chamas. De longe, vários pontos de fumaça podem ser vistos na comunidade. Mais cedo, um ônibus foi incendiado na Av. Niemayer. De acordo com informações do setor de inteligência e do Disque Denúncia, menores teriam sido orientados por criminosos a atear fogo em coletivos para desviar atenção ao cerco policial.
Homens das Forças Armadas devem reforçar o cerco à Rocinha, nos próximos instantes. O pedido foi feito pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) pela manhã e já foi autorizado pelo ministro de Defesa, Raul Jungmann. Os comboios já estão à caminho da favela.