Elaine Lessa foi presa nesta manhã no Rio
JOSE LUCENA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO 03.10.2019A mulher de Ronnie Lessa, preso acusado de executar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, foi a mentora de uma ação para obstruir a justiça e ocultar provas da Polícia Civil. Segundo a promotora Simone Sibilio, do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), Elaine Lessa teria acionado o irmão para que ele fizesse a limpeza no apartamento do marido, localizado no Pechincha, zona oeste do Rio, que era usado como depósito.
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Elaine Lessa e seu irmão, Bruno Figueiredo, foram presos nesta manhã junto com Márcio Montavano, o Márcio Gordo, e Josinaldo Freitas, conhecido como Djaca, acusados de obstrução à Justiça.
De acordo com a promotora, a limpeza no apartamento foi realizada no dia 13 de março, um dia após a realização da operação Lume, que prendeu Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Todo o grupo sabia que a polícia poderia chegar ao local e organizaram a ação para se desfazer do material.
Bruno fez a limpeza do espaço junto com Márcio, que encaixotou diversas armas. No dia seguinte, 14 de março, Márcio levou essas e outras armas até Djaca, que havia contratado o serviço de um taxista para transportá-las até o Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, também na zona oeste. De lá saiu o barco que levou o material até o oceano.
Segundo as investigações, o pescador teria recebido R$ 300 para levar Djaca com “fuzis e pequenas caixas”, que estavam em uma mala, perto das Ilhas Tijucas.
Fernando Santana, advogado de Elaine e Bruno, afirmou que Elaine admitiu que pediu para tirar uma caixa que estava lá, porém era de objetos que estavam no apartamento e foram levados para sua casa e que Bruno também nega qualquer tipo de crime.
O advogado de defesa de Márcio Gordo, Guilherme Palpério, confirmou em entrevista, que seu cliente pegou a caixa sem saber o tinha dentro e entregou para Elaine.
"A defesa desconhece a informação de que haviam armas dentro da caixa. É bom frisar que essas imagens mostram Márcio carregando uma caixa, um ventilador, um ursinho e algumas coisas menores. Não caberiam fuzis ali, na minha opinião."
Em coletiva na manhã desta quinta-feira (3), o titular da DH-Capital (Delegacia de Homicídios da Capital) Daniel Rosa afirmou que, de acordo com testemunhas, ao menos seis armas foram jogadas ao mar.
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Federalização
O chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Antônio Ricardo, falou durante a coletiva que federelizar as investigações do caso Marielle “será prejudicial”.
“A DH tem expertise para concluir a investigação, tem capacidade de identificar os mandantes do crime. Qualquer tentativa de retirada da Polícia Civil e do MP-RJ será um retrocesso. Essas operações provam a capacidade investigativa dos dois órgãos.”
*Sob supervisão de PH Rosa