Rio é o primeiro estado a usar alerta para crianças e jovens desaparecidos
Tomaz Silva/Agência BrasilO Rio de Janeiro lançou, na noite de quarta-feira (23), o primeiro sistema brasileiro de alerta de crianças e jovens desaparecidos. Em forma de SMS, a mensagem traz o nome da vítima, idade e link para o site da Polícia Civil, criado especialmente para o "Alerta Pri".
"Um dos tipos de ocorrência mais cruéis, porque, além da vítima, a família dela também sofre. Fica uma ferida aberta na alma dos familiares", comentou o governador Cláudio Castro. A delegada titular da DDPA (Delegacia de Descoberta de Paradeiros), Elen Souto, afirmou que a polícia deseja atingir cerca de 3 milhões de usuários do serviço de telefonia móvel.
A medida vem após sanção da lei nº 9.182/ 2021, que torna obrigatória a divulgação de fotos e informações das vítimas pelas companhias de telefonia celular. Ao divulgar o máximo de informações dos desaparecidos nas primeiras 24h, aumenta-se as chances de localização.
O sistema foi idealizado por Jovita Belfort, mãe de uma desaparecida no ano de 2004: a filha Priscila Belfort nunca mais foi encontrada.
Jovita procura por filha, Priscila Belfort, desde 2004
Arquivo Pessoal / Reprodução"Cada hora e cada dia são importantes quando estamos buscando um familiar desaparecido", apontou Jovita, atual superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas do Estado do Rio, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
"[...] É uma grande vitória de todos, especialmente das mães de desaparecidos. Só quem conhece a nossa dor somos nós, mais ninguém", completou.
A ferramenta é disparada pela Secretaria de Polícia Civil para os telefones de pessoas que se cadastrarem para receber o serviço. Toda vez que uma criança desaparecer no Estado e o registro for feito em uma distrital ou especializada, a DDPA emitirá um informe às operadoras de telefonia.
Ainda conforme informações oficiais, o alerta foi elaborado nos moldes do Alerta Amber, dos Estados Unidos, que também é utilizado em outros 27 países. Entre 1996, ano da criação, e 2013, o programa salvou mais de 650 crianças sequestradas.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa