A Polícia Civil do Rio, por meio da DCC-LD (Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), instaurou um inquérito na quinta-feira (22) para investigar denúncias de irregularidades no processo de vacinação contra a covid-19 na cidade.
Denúncias apontam irregularidades na vacinação
Marcello Casal Jr / Agência Brasil / 14.01.2021Segundo a polícia, profissionais da saúde afirmaram que foram coagidos a vacinar pessoas que não fazem parte de grupos prioritários. Além disso, há denúncias de tentativa de compra da vacina.
As notificações foram feitas ao Coren-RJ (Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro) após o início da imunização no município na segunda-feira (18).
O órgão instituiu uma comissão de crise para apurar as denúncias e recebeu um ofício para encaminhar as informações à Polícia Civil.
Em entrevista à Record TV Rio, a diretora do SindEnfRJ (Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro), Líbia Belusci, disse que profissionais de RH (Recursos Humanos) do Pam (Posto de Assistência Médica) de Bangu, na zona oeste do Rio, foram imunizados contra a covid-19 antes de enfermeiros e médicos, que estão na linha de frente no combate à doença.
A situação vai contra o que define o plano de vacinação da Prefeitura do Rio. Segundo o documento, os grupos prioritários na primeira fase são: profissionais de saúde que atuam diretamente com pacientes com covid-19; trabalhadores envolvidos na campanha de vacinação; idosos a partir de 60 anos moradores de instituições de longa permanência públicas e particulares; pessoas acima de 18 anos com deficiência que residam em abrigos e residências inclusivas; e indígenas com terras próprias.
Diante disso, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) instaurou na quarta-feira (20) dois procedimentos para acompanhar e fiscalizar o andamento do processo de imunização de idosos que vivem em instituições de longa permanência e de pessoas com deficiência. O objetivo da ação, segundo o MP, é "garantir que todos tenham sua prioridade na vacinação garantida, antes da evolução para a segunda fase do plano de vacinação".
Em nota, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) explicou que todas os vacinados têm nomes e CPFs (Cadastro de Pessoa Física) registrados. A SMS afirmou ainda que "refuta veementemente qualquer tentativa de furar a fila de vacinação" e ressaltou que medidas rigorosas serão tomadas se qualquer irregularidade for comprovada.
A secretaria disse que as denúncias de vacinação fora dos critérios estabelecidos pelo plano devem ser feitas à Ouvidoria, pela Central 1746.
*Estagiária do R7, sob supervisão de Paulo Guilherme