-
Restaurantes fantasma compravam crédito de tíquetes refeição
-
Doze pessoas foram denunciadas pelo esquema de lavagem de dinheiro
-
MP-RJ e policiais civis cumprem mandados de busca e apreensão
-
Investigações começaram em 2019, após compra de joias roubadas na zona sul
Agentes cumprem mandados de busca e apreensão no Rio e Baixada Fluminense
Reprodução/Record TV RioO Ministério Público do Rio de Janeiro, com apoio da Polícia Civil, realiza uma operação, nesta terça-feira (25), contra a compra ilegal de créditos de vale-refeição por restaurantes fantasmas. Na ação, 12 pessoas foram denunciadas. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão na zona oeste do Rio e em Nova Iguaçu e Mesquita, na Baixada Fluminense.
As investigações começaram em 2019, quando a 13ª DP (Ipanema), a 23ª DP (Méier) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) receberam informações de que adolescentes do Pavão-Pavãozinho e do Complexo do Chapadão estariam roubando joias de pedestres na zona sul da cidade, principalmente em Copacabana. Os objetos roubados eram encaminhados para dois estabelecimentos clandestinos, localizados na Pavuna e em Nova Iguaçu.
Além das compras de artefatos roubados, essas empresas adquiriam ilegalmente os créditos de vales-refeição, fazendo a cobrança de taxas abusivas. Segundo o MP, o líder do grupo criminoso foi identificado como Alexandro de Souza Mello, o 'Leco'.
Com ele, a companheira Flavia Regina da Silva Machado atuava como gerente das lojas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro. Um dos sócios dos restaurantes de fachada, Valdo Ramos do Vale, foi apontado como braço direito do casal.
Valdo movimentava quantias financeiras consideradas "incompatíveis com a realidade". Ele era responsável por conseguir clientes e divulgar as atividades de Leco. Como apontado pela denúncia, os estabelecimentos administrados por Flávia e Valdo não exerciam atividade, nem endereço registrado ou contratavam quaisquer funcionários.
Os mandados foram cumpridos nos endereços do trio e de outros sócios de empresas envolvidas na quadrilha. Sidney Bezerra Lessa, Renata Maria Matias, Carlos Eduardo Soares da Fonseca e Ana Lúcia da Silva Fonseca são quatro outros "laranjas" do esquema.
Segundo a Polícia Civil, equipes apreenderam banners com os dizeres de "Compro Tíquetes", o que deu nome à operação. Além dos cartazes, máquinas para cartões bancários, vales-refeição, diversos cartões de benefícios, dinheiro, comprovantes das maquininhas, porta-documentos de "tíquetes/cartão", anotações e documentos foram apreendidos.
Os crimes praticados pela organização são lavagem de dinheiro, por meio da prática de usura, estelionato e receptação qualificada, além de delitos contra a ordem tributária e documentos falsificados.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa