Doze militares do Exército envolvidos na morte do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, e na do catador de recicláveis Luciano Macedo, de 27, começam a ser julgados pelo Superior Tribunal Militar nesta quarta-feira (13), após três adiamentos.
O caso ocorreu em 2019 e teve ampla repercussão em razão de os militares terem disparado 257 tiros na ação. Os envolvidos teriam confundido o veículo de Evaldo, que passava por Guadalupe, na zona norte, com o de criminosos. Mais de 60 tiros atingiram o carro do músico, que estava a caminho de um chá de bebê e acompanhado de esposa, filho e sogro.
Já o catador de recicláveis Luciano Macedo, também morto na ação do Exército, foi atingido ao tentar ajudar a família a sair do veículo, segundo testemunhas.
Antes da sessão, a viúva de Evaldo, Luciana Nogueira, conversou com a imprensa e falou sobre a ansiedade pela decisão da Justiça.
"Estou muito nervosa, é uma mistura de sentimentos muito grande. Um alívio por [o julgamento] ter sido remarcado e estar acontecendo hoje, mas, ao mesmo tempo, muito medo da injustiça e da impunidade, medo de que não ocorra uma justiça digna, merecedora. As provas são verdadeiras, não foi nada aumentado. A nossa expectativa está grande. Preciso ficar confiante", afirmou em entrevista à Record TV Rio.
Todos os militares respondem pelos crimes de duplo homicídio qualificado, tentativa de homicídio e omissão de socorro. A promotoria pediu a condenação de oito militares. Outros quatro não teriam disparado e, por isso, foi pedida a absolvição deles.