Suspeito morre em mais um tiroteio na Rocinha
Ocupação das Forças Armadas na favela completou um mês
Rio de Janeiro|PH Rosa, do R7
Um homem morreu durante uma troca de tiros nesta tarde de quarta-feira (18) na Rocinha, zona sul do Rio. Segundo a Polícia Militar, agentes do Batalhão de Choque estavam em patrulhamento quando encontraram homens armados na região conhecida como Valão.
No local, houve troca de tiros e um dos suspeitos foi baleado. A polícia informou que com ele foram encontradas uma pistola com munições e carregador e uma granada. Ele foi socorrido ao Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul, mas não resistiu.
Hoje as operações das Forças Armadas na Rocinha completaram um mês. Com tiroteios quase que diários, os moradores da favela ainda vivem em clima de insegurança. Com emprego das Forças Armadas e ações frequentes das policiais estaduais, 27 suspeitos foram presos, sete menores apreendidos e dez suspeitos mortos. Também foram apreendidos 19 fuzis, 39 granadas e mais de duas toneladas de drogas, entre outros itens.
A guerra na Rocinha começou no dia 17 de setembro, quando um grande número de homens armados tentou invadir a comunidade. Segundo as investigações, as ordens teriam partido do ex-chefe do tráfico local, o Nem da Rocinha, preso em Rondônia. O conflito teria sido motivado pelo rompimento entre ele e Rogério 157, seu sucessor.
No dia seguinte (18), a polícia militar fez uma grande operação na comunidade em busca dos criminosos envolvidos no confronto. Na ação, um homem morreu, quatro foram presos e dois corpos carbonizados foram encontrados. O objetivo da Secretaria de Estado de Segurança era a captura de Rogério 157.
À pedido do governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB), cerca de mil homens das Forças Armadas foram enviados à Rocinha. As tropas cercaram a comunidade, enquanto na parte alta da favela policiais continuaram o vasculhamento na área de mata. Porém, mesmo com a presença dos militares, os tiroteios continuaram.
Uma semana após o início do cerco das Forças Armadas, os militares deixaram a comunidade no dia 29. De acordo com informações do Ministério da Defesa, a decisão foi tomada depois que o setor de inteligência confirmou que o chefe do tráfico, Rogério 157, não estaria mais na favela.
Após a saída dos militares, policiais do Batalhão de Choque, do Bope (Balhão de Operações Especiais) e da COE (Comando de Operações Especiais) iniciaram uma nova operação na Rocinha. De cordo com a Secretaria de Segurança, cerca de 500 policiais militares atuam desde o dia 29 em 15 pontos de cerco e em 14 pontos de contenção no interior da comunidade, além do patrulhamento das tropas especiais.
Em outro ponto da cidade, a polícia localizou e prendeu Danúbia Rangel, mulher do Nem da Rocinha. Ela é apontada pela polícia como pivô do rompimento entre o traficante e o atual líder da comunidade, Rogério 157. Danúbia estava entre os criminosos mais procurados do Estado e foi presa na Ilha do Governador, zona norte do Rio, no dia 10 deste mês.
Entre os dias 10 e 11 deste mês, as Forças Armadas voltaram à Rocinha para dar apoio em uma operação da Secretaria de Segurança Pública do Rio. Os militares auxiliam os policiais que fazem varreduras na área de mata e no entorno da comunidade. O Comando Militar do Leste afirmou que o papel das Forças Armadas na comunidade foi pontual.
Apesar da presença da Polícia Militar, os moradores ainda vivem em clima de insegurança. Prisões e apreensões são realizadas quase que diariamente na comunidade, além da ocorrência de tiroteios.