O TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) transformou em preventiva a prisão do homem suspeito de aliciar e manter em cárcere privado 17 jovens jogadores de futebol em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
De acordo com o juiz Alex Quaresma Ravache, a prisão preventiva, solicitada pelo MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro), se justifica pela possibilidade de reincidência do crime pelo homem, que já havia sido preso no ano passado pelo mesmo motivo. Além disso, o magistrado considera que outras medidas cautelares seriam insuficientes.
O homem foi preso em flagrante e os jogadores foram localizados por agentes da 61ª DP (Xerém). O Conselho Tutelar acionou os policiais após o recebimento de uma denúncia anônima.
Os jovens eram mantidos em um sítio utilizado como espaço de treinamento. Destes, seis deles eram adolescentes e seis eram dos Estados do Pará e Amazonas. Os alojamentos tinham risco de incêndio e não possuíam autorização do Corpo de Bombeiros para funcionar.
Em seus depoimentos, os jovens relataram que pagavam cerca de R$ 400 por mês ao homem para hospedagem e alimentação e que ele os acompanhava até o banco para sacarem o dinheiro. As vítimas também afirmaram que só podiam sair do sítio a cada 15 dias e que o local era trancado por volta de 23 horas.
De acordo com as investigações, o homem se apresentava como treinador de futebol para atrair os jovens com a promessa de que os levaria para realizarem testes em clubes.
O preso tinha posse dos documentos pessoais e celulares das vítimas. De acordo com a polícia, nenhum dos adolescentes possuía autorização do Conselho Tutelar ou Juizado da Infância para estarem no local. Além disso, o homem não tem autorização legal para exercer a atividade de técnico de futebol e não apresentou documentação a respeito da locação do sítio.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Bruna Oliveira