Por unanimidade, o Tribunal Pleno do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho) decidiu, nesta quinta-feira (4), afastar por tempo indeterminado quatro desembargadores e um juiz presos na Operação Mais Valia.
A medida disciplinar cautelar se baseia na resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). No entanto, os magistrados continuam a receber salários.
Além deles, mais 7 pessoas foram presas preventivamente na última terça-feira (2). A ação, que é desdobramento de outra que afastou o governador Wilson Witzel do cargo, apontou para a participação de escritórios de advocacia de parentes de magistrados do TRT-RJ (Tribunal Regional do Trabalho) na concessão de decisões judiciais que favoreceram empresas de transporte e Organizações Sociais com dívidas trabalhistas.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), a investigação apura o pagamento de vantagens indevidas em troca de benefícios a integrantes do esquema. Entre os crimes apurados estão corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação teve início a partir de informações do acordo de delação do ex-secretário Estadual de Saúde, Edmar Santos. Além das prisões, os 26 mandados de busca e apreensão foram determinados pela ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Nancy Andrighi.
Desde o ano passado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) investiga a existência de esquemas criminosos com a participação do chefe do Executivo Estadual, já afastado do cargo. Já foram apresentadas três denúncias ao STJ contra Witzel, a esposa e outros envolvidos. Entre os casos investigados estão desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia.