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Ato contra a Copa: após ter pedido para limitar PM negado pela Justiça, advogados cogitam novas ações

Um dos pontos criticados pelo grupo é o cordão de isolamento feito pelos policiais

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Manifestantes são cercados por policiais no centro de São Paulo durante protesto contra a realização e os gastos da Copa do Mundo no Brasil, no dia 22 de fevereiro
Manifestantes são cercados por policiais no centro de São Paulo durante protesto contra a realização e os gastos da Copa do Mundo no Brasil, no dia 22 de fevereiro Manifestantes são cercados por policiais no centro de São Paulo durante protesto contra a realização e os gastos da Copa do Mundo no Brasil, no dia 22 de fevereiro

A Justiça negou os pedidos apresentados pelo grupo Advogados Ativistas em mandado de segurança que visava limitar a ação da Polícia Militar durante o Terceiro Ato Contra a Copa, marcado para esta quinta-feira (13), no Largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste da capital. O desembargador Roberto Mortari entendeu que "a atuação policial preventiva, com vistas à manutenção da ordem pública, é legítima, e não pode ser afastada, sem prejuízo de rigorosa apuração e punição de eventuais abusos, se acaso constatados”, de acordo com o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

No mandado de segurança, o grupo reivindicava, entre outros, o fim das prisões para averiguação, dos policiais sem tarjeta de identificação nos uniformes, das revistas pessoais sem fundamento e dos cordões de isolamento, determinando que o acompanhamento da PM ocorresse a 100 metros de distância.

Para Luiz Guilherme Ferreira, integrante do Advogados Ativistas, o desembargador, ao formular a decisão, partiu do pressuposto de que não existem excessos por parte da PM.

— Ele parte do ponto de que toda atitude da polícia está sendo de forma legal. Nós, que acompanhamos as manifestações, vemos que não é [...] A lei diz uma coisa, mas a prática tem se demonstrado outra. E é em cima da prática que entramos com o mandado de segurança.

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Conforme o TJ-SP, ao proferir a decisão, Mortari afirmou que “não se vislumbra, de pronto, violação ao direito constitucional de reunião. A tanto não se equipara a adoção, pelas autoridades públicas competentes, de medidas destinadas a assegurar que determinada reunião seja pacífica, ordeira e não cause transtornos para a coletividade”.

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Próximas manifestações

Luiz Guilherme Ferreira adianta ao R7 que, mesmo com a negativa, o grupo cogita a possibilidade de “tentar outras medidas para as próximas manifestações”. A decisão desta quinta-feira frustrou os ativistas. Segundo Ferreira, os integrantes esperavam que, pelo menos, alguns dos pedidos do mandado de segurança fossem aceitos pela Justiça.

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Um dos pontos mais criticados pelo Advogados Ativistas é o cordão de isolamento feito pelos militares, que se postam nas laterais durante os protestos.

— A justificativa da polícia é de que é um acompanhamento dos manifestantes para garantir a livre manifestação deles. Só que na prática, o que acontece, é que esse cordão está sendo feito para intimidar os manifestantes e, em muitas ocasiões, para dissipar as manifestações.

O mandado de segurança também pedia o fim do uso da tática Kettling — técnica que consiste em cercar e isolar pessoas dentro de um cordão policial —, adotada na última manifestação em São Paulo contra a Copa, no dia 22 de fevereiro deste ano.

Ferreira enfatiza que o grupo não é contrário a ações da polícia para coibir ilegalidades.

— Um dos nossos objetivos é exatamente que a legalidade seja mantida. Mas aí tem que ser dos dois lados. Se existe ilegalidade por parte dos manifestantes, é função da polícia coibir isso. Agora, o que estamos observando é que, em muitos momentos, não existe sequer uma ilegalidade por parte dos manifestantes e, mesmo assim, eles são presos.

Na página criada no Facebook para divulgar o Terceiro Ato Contra a Copa em São Paulo, 14.014 pessoas haviam confirmado presença até por volta das 15h desta quinta-feira. Ao todo, cerca de 280.000 internautas foram convidados.

Confronto e vandalismo

No ato contra a Copa do Mundo realizado em fevereiro na cidade de São Paulo, 230 pessoas foram detidas, o maior número de prisões realizada durante uma manifestação, desde o início da onda de protestos em junho do ano passado. Todos foram liberados.

Entre os que foram levados a delegacias da região central, estavam cinco jornalistas que faziam a cobertura da manifestação. O protesto, no centro, foi marcado por vandalismo e confronto entre manifestantes e policiais militares. Ao menos oito ficaram feridos: cinco policiais, duas pessoas que participavam do protesto e um fotógrafo. Foi a primeira vez em que o "pelotão ninja" da Polícia Militar, especializado em artes marciais, atuou em uma manifestação.

No ato realizado no dia 25 de janeiro em São Paulo, 148 foram detidos e levados para delegacias, onde depois de ouvidos, acabaram liberados. O protesto também foi marcado por quebra-quebra e violência. Na ocasião, o jovem Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves foi baleado no tórax e na região genital por dois policiais militares, que alegaram que o rapaz tentou escapar durante uma abordagem. Chaves teria tentado também golpeá-los com um estilete, segundo versão dos militares.

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