Nicolas tem apenas 2 anos e é de São José (SC)
Reprodução/SOS Desaparecidos/NDO bebê Nicolas, de 2 anos, que estava desaparecido e foi encontrado com um casal desconhecido na semana passada em São Paulo, será transferido para São José, Santa Catarina, sua cidade natal, na manhã desta segunda-feira (15).
A criança deve deixar a capital paulista por volta das 11h. A chegada dele a São José está prevista para às 13h.
A decisão da transferência de Nicolas foi proferida pela juíza Ana Cristina Borba Alves, da Vara da Infância e da Juventude do Foro Regional do Tatuapé, na última sexta-feira (12). Ela determinou que o menino seja encaminhado para um abrigo da cidade catarinense.
Nos próximos dias, será realizada uma recepção onde os familiares do bebê poderão visitá-lo e levar roupas, fraldas e brinquedos.
No dia 9 de maio, a polícia de São Paulo localizou Nicolas, de 2 anos, que estava desaparecido da cidade de São José, em Santa Catarina, desde o fim do mês de abril. Um homem e uma mulher, que estavam com a criança foram presos em flagrante por tráfico de pessoas.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, registrado no 30º Distrito Policial, de Tatuapé, policiais militares da 5ª Companhia do 8º Batalhão faziam patrulhamento pela região do Parque Novo Mundo, quando receberam a informação, do setor de inteligência da corporação, de que um veículo Hyundai Creta, de cor branca, envolvido no desaparecimento do menino, estaria circulando pela região.
Os policiais conseguiram localizar o veículo e fazer a abordagem. O carro era conduzido por Marcelo Valverdi Valezi. Roberta Porfírio de Sousa Santos estava no banco do passageiro e o bebê estava em uma cadeirinha no banco de trás.
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De acordo com investigações iniciadas na delegacia de São José, o veículo circulou no estado de Santa Catarina com a placa adulterada e, após consultas, os policiais de Santa Catarina apuraram qual seria a placa. Depois de constatarem a verdadeira placa, os policiais de São Paulo foram informados.
No momento da abordagem, a placa do veículo estava intacta, sem adulterações. Marcelo e Roberta relataram aos policiais que estavam a caminho do Fórum do Tatuapé, para regularizar a situação da criança. Eles afirmaram que estavam sendo aguardados pelo promotor de Justiça e disseram que a criança havia sido entregue pela própria genitora a Roberta.
Diante das informações, os policiais se dirigiram para o Foro Regional do Tatuapé. No local, estava presente a advogada de Marcelo e Roberta, Fernanda Ferreira Salvador. A dupla foi ouvida pelo promotor de justiça e o Conselho Tutelar foi acionado.
Nicolas foi encaminhado para o abrigo Nefesh, no Parque Novo Mundo. Já Marcelo e Roberta foram levados à delegacia para prestarem depoimento.
Durante o depoimento da dupla, a delegada Sandra Mara Pereira, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de São José, da Polícia Civil de Santa Catarina, encaminhou a cópia integral do processo e relatou que, segundo o apurado, desde o nascimento de Nicolas, Marcelo Valverde e sua esposa, Juliana, estariam aliciando a mãe de Nicolas com o objetivo de que ela entregasse a criança, sem os procedimentos legais da adoção.
Em seu interrogatório, na delegacia de São José, a mãe do menino disse que entregou o filho espontaneamente, sem nenhuma vantagem e nenhum recebimento de valor. Ela disse também que não houve nenhum constrangimento ou ameaça para entregar a criança, mas apresentou um quadro de grande vulnerabilidade. Ela relatou histórico de agressões no interior do lar e disse que tentou se matar, ingerindo diversos medicamentos, logo após a entrega do filho. Por causa disso ela ficou diversos dias internada.
Após o acesso do inquérito aberto na delegacia de São José e do depoimento da mãe, o delegado do 30º Distrito Policial, Weider Ângelo, determinou a prisão em flagrante de Marcelo Valverde Valezi e Roberta Porfírio de Sousa Santos pela prática de tráfico de pessoas. A dupla passou pela audiência de custódia na tarde da última terça-feira (9).
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