Prédio tinha 22 andares e dois subsolos
Giuliana Saringer/ R7 - 05.05.2018O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, disse na manhã deste sábado (5) que trabalham com a hipótese de encontrar sobreviventes nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo, que desabou na madrugada de terça-feira (1).
Palumbo diz que a parede lateral da igreja, também atingida pelo fogo, é um local importante de buscas para o Corpo de Bombeiros.
— Ali a gente tem um número bem grande de estruturas do prédio que são importantes. Ali eram as escadas de emergência, então todos os pontos onde há incêndios ou problemas que temos em um prédio em relação a desabamentos, todas as pessoas correm para esse ponto.
O capitão explica que o fogo atingiu a parte da frente do prédio, locais em que as pontas dos ferros da estrutura do edifício estavam "incandescentes".
— Dessa forma vamos concentrar ali [próximo à parede da igreja], porque ali é a chance real que temos de encontrar alguém com vida.
Segundo Palumbo, o prédio tinha 22 andares e dois subsolos e ainda há chances de encontrar pessoas com vida em um dos subsolos, principalmente do mais baixo. Para ele, não se pode desistir de buscar por sobreviventes, já que este é o "foco da operação".
— Há muitos casos, até mundialmente, de locais onde pessoas foram encontradas 12 dias depois. Por que não no subsolo? O subsolo de uma edificação é um local em que você tem grandes estrutura: pilares mais reforçados, vigas mais posicionadas, lages mais robustas. Por que alguém não pode estar lá embaixo?
Palumbo afirma que, no caso do edifício Wilton Paes de Almeida, ainda não conseguiram chegar aos subsolos. O primeiro deles, localizado entre o térreo e o outro subsolo, era mais fraco e, por isso, a chance de haver sobreviventes é menor. Já o segundo, rente ao solo, tem mais chances de ter mantido a lage intacta.
— A de baixo [lage] está conectada ao solo. Então a compressão do solo não é grande, não vai conseguir que o prédio afunde. Pode acontecer, mas a possibilidade que você tem ali com células de sobrevivencia grandes ela é uma possibilidade real.
Estima-se que as equipes tenham retirado os escombros do 22º andar até o 16º e que as vítimas se encontravam a partir do 8º andar no momento da tragédia.
Não houve movimentação dos prédios ao redor do desmoronamento durante a noite, monitorados com equipamentos a laser.
Buscas por sobreviventes
Até este sábado (5), o Corpo de Bombeiros encontrou apenas um corpo, identificado como de Ricardo Pinheiro, homem que ajudou no resgate de vítimas. Ele foi identificado através da confirmação das impressões digitais pelo IRGD (Instituto de identificação da Polícia Civil).